domingo, 3 de maio de 2009

A arte de fotografar com Caio Amy




Perceber_compreender_contemplar_observar_descobrir_reconhecer_visualizar_ examinar_ler e olhar; esta é a arte da fotografia. A fotografia é um processo: a ação da luz sobre certas substâncias que, assim levadas a reagir quimicamente, são chamadas fotossensíveis.




A fotografia é bem diferente do cinema, arte ficcional e narrativa, cujo imenso poder projetivo é conhecido. Portanto devemos nos perguntar porque a impressão de realidade é tão mais forte diante de um filme do que diante de uma fotografia?



Há uma resposta que se dispõe de imediato: é o movimento que dá uma forte impressão de realidade.



A informação visual é o mais antigo registro da história humana. A fotografia torna-se o próprio signo de que somos mortais. Ligação entre a fotografia e a morte. A foto é a presença de alguém que está definitivamente ausente( em um lugar estranho, em uma época que não é mais a sua ) e que nunca mais será assim: tirar uma foto é embalsamar alguém, deitá-lo no papel, enquanto se tenta em vão ressucitar fantasmas, imortalizar-los. Com a foto, diz-nos barthes, entramos em uma morte plana. No duplo sentido do termo: banalidade e achatamento, a partir do momento em que sou fotografado, torno-me um espectro, uma sombra.




Cartier Bresson tornou-se o mais influente fotojornalista de sua época. Usava a fotografia para revelar o seu significado interior, e não apenas registrar sua ocorrência.

Mais é ao pai da fotografia Louis Lumiére, que devemos lembrar que esta era de fato e sempre será uma arte. A fotografia é uma arte sem pretensão intrísica de ser. Mesmo depois de relutar no século XIX, esta firmou-se, mais, até então não encontrou sua identidade.



Para o jornalista fotográfico carioca Caio Amy, a fotografia é uma forma de mostrar para as pessoas o lado belo e o lado feio de tudo que acontece no nosso cotidiano.


Esta foto que destaca com uma senhora enrolada na bandeira aconteceu da seguinte forma conta Caio " Ao passar na porta do Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio de Janeiro, vi essa senhora dormindo e fazendo de cobertor a Bandeira Nacional. Me senti comovido pelo fato de ver a nossa bandeira sendo tão bem usada, ou não! Mas de certa forma vi nessa imagem, indignação, pobreza, descaso e ao mesmo tempo um ato de patriotismo, que não sei ao certo se nesse caso é bom ou ruim. Lembrei das seguintes palavras, sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor (...) Será que isso é válido pra essa imagem também? indaga o fotográfo sobre a sua arte natural urbana.



"E pra piorar ao lado dela tinha um jornal com os dizeres: "A TRISTE QUEDA"; uma composição perfeita entre os nossos governantes, que simplesmente nada fazem para melhorar a vida dessas pessoas, e que só aparecem em épocas de eleições. Será que podemos dizer que estamos orgulhosos em dizer que somos brasileiros ao ver uma imagem como essa?" indigna-se o profissional.




E desabafa, "É meus amigos, isso nada mais é do que a realidade do nosso cotidiano, e que muitas vezes ignoramos, mas é só saírmos de casa e vermos muitas imagens semelhantes a esta".



Por isso que Caio Amy torna-se um olhar raro entre a multidão para perceber - compreender_contemplar_observar_descobrir_reconhecer_visualizar_ examinar_ler e olhar; esta arte chamada "fotografia".


OBS: A foto dessa matéria é de direito autoral do Jornalista Fotográfico Caio Amy - Morador da Ilha do Governador - Rio de Janeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário