domingo, 3 de maio de 2009

O ato de escrever


O ato de escrever é uma das mais belas formas de perpetuação da cultura humana.



Como a pintura, a música, as artes de um modo geral, a escrita existe para expressar o que a humanidade possui de mais belo, pleno e verdadeiro: o pensar e o sentir.





Portanto, faço deste instrumento de comunicação, a escrita, a marca de minhas poucas experiências reais ou imaginárias, sendo eu a autora, ou a protagonista desta grande e mágica história que é a "vida".




Por isso costumo dizer que a imprensa deveria ir mais fundo na apuração das irregularidades, deveria dar mais evidência às injustiças e falcatruas que se cometem contra o cidadão comum, deveria expor a realidade de forma nua e crua, sem rodeios. Por outro lado, a imprensa deveria também evitar a incitação de linchamentos morais. Seu poder deveria ser utilizado de modo mais criterioso, e a busca do furo não deveria justificar suas frequentes precipitações.



Critica-se o jornalismo por ser omisso e invasivo, por ser comprometido e irresponsável ao mesmo tempo.




Falsa contradição, em grande medida, que só pode ser superada pela evolução quantitativa da própria mídia.




Não se trata de uma vaga constatação. Caso raro de polemista destemido, mas avesso a dogmatismos, a imprensa na sua militância crítica alcança, no entanto, toda uma série de outros "pequenos assassinatos" que a imprensa comete a cada dia por injúria, prepotência ou mera pressão.




Em fins dos anos 60, a imprensa descobriu o jornalismo econômico. No início dos anos 70, o jornalismo crítico. Nos anos 80, o jornalismo de serviços. Nos anos 90, o jornalismo denunciatório. E em 2000, faltava à imprensa se descobrir.





Os anos 90 se cosntituíram em um período perigoso para o jornalismo.Abusou-se do chamado "esquentamento" da notícia, método que levou o jornalismo aos limites da ficção. Em nome do espetáculo atropelaram-se princípios básicos de direitos individuais, deixou-se de lado a objetividade e a isenção, abriu-se espaço para chantagistas, para dossiês falsos. Não raras vezes, levou-se o país à beira da desestabilização política.





Centenas de vítimas ficaram pelo caminho. Casos como Escola base, Bar Bodega, Clínica Santé, Chico Lopes, em todos havia o mesmo estilo de jornalismo ansioso, impaciente, definindo linhas erradas de apuração, não se preocupando com a verdade, atropelando a objetividade jornalística e os direitos individuais. Tudo em nome do show da manchete de impacto, frequentemente vendendo um produto que a matéria não entregava.





Dos anos 50 a meados dos anos 60, o jornalismo foi refém dos partidos políticos. De meados dos anos 60 ao final dos anos 70, refém da ditadura. Nos anos 80, dos movimentos organizados e em final dos anos 80, descobriu uma verdadeira vocação em uma sociedade, contra os interesses políticos, corporativos e setoriais.





O passo seguinte, foi se ver como um produto, que tem que responder às expectativas do seu público. A mídia passou a recorrer a departamentos de pesquisas, as leituras imediatistas do que as pesquisas mostravam, a tentar atender as demandas de curto prazo do leitor. E aí se tornou refém do pior censor: a ditadura da opinião pública ou, melhor, de atuar passivamente oferecendo ao leitor aquilo que se pensa que ele quer.





Este é o grande dilema da imprensa de opinião no século 21:atender às exepctativas imediatas do seu leitor ou ser uma guardião dos valores da civilização? Se o leitor pede linchamento, ele lhe será oferecido? Como pode definir as relações com o público, savendo-se que participantes do jogo de mercado, dependendo da audiência para se viabilizar economicamente? Como impedir que o jornalismo de opinião, intuição essencial para o país, não se contamine definitivamente como espetáculo tornando o jornalismo num "reality show" diário e, ao mesmo tempo, não ser apreciado só por meia dúzia de eleitos?





Este é o desafio. como jornalista, aprendemos a utilizar no limite uma ferramenta que o jornalismo tem como ninguém: a capacidade da metacrítica, do ajuste rápido. Estruturas hierárquicas, como o judiciário, a universidade, o setor público como um todo têm dificuldades para correções rápidas de rumo. A política se renova a cada quatro anos. Na mídia, não há campanha, por mais ampla e sistemática que seja, que revistaa um bom argumento colocando individualmente por um jornal. Esta é a maior virtude da imprensa, essa capacidade e rapidez para o auto-ajuste, a auto-regulação.





Nos últimos anos essa capacidade foi uma competição baseada na manipulação por toda a mídia dos padrões vitoriosos. Depois, pela consolidação do marketshare dos principais jornais, e o9 receio de mudar o modelo e perder participação.





Criou-se uma estratificação daninha. Toda manhã, cada jornal tem seu jornalista lendo os concorrentess e comparando as notícias. Se o repórter utilizou o mesmo enfoque do concorrente; não será incomodado, ainda que esteja errado, porque estará errando com a maioria. Se buscar o enfoque original, será cobrado ainda que esteja certo. E se a verdade demorar a aparecer, provavelmente o repórter não terá espaço nem tempo de cobertura para fazer valer a sua verdade.





Criou-se um círculo vicioso. Ocorre o episódio. De cara, forma-se o juízo e apresenta-se a conclusão, ainda sem ter acesso aos argumentos do acusado. O leitor passivamente aceita o que lhe foi apresentado. Depois, pesquisas de opinião, dando conta do que o leitor pensa, tendo acesso apenas à primeira versão estratificam a cobertura em torno dela.





Penso ser perfeitamente possível conciliar os dois objetivos. É tudo questão de preparo da implantação de modelos de gestão adequados à produção jornalística, e talento e coragem para defender o certo e paciência para tolerar os movimentos de massa e não sucumbir à pressão do curto prazo por resultados.





A violência na TV produz violência na vida real? Segundo um dosm mais amplos estudos sobre o assunto, divulgado na primeira semana de fevereiro de 1996, nos Estados Unidos, a resposta foi "sim". A violência concentrada dos filmes, seriados e novelas aumentam o grau de tensão social, insensibiliza as pessoas para os dramas reais do cotidiano e estimula jovens e crianças a reagirem com agressividade. (...)





A pesquisa de Mediascope sugere que a televisão contribui de forma mais acentuada para anestesiar os telespectadores para o sofrimento real das pessoas quando mostra a violência num contexto de humor ou então exibe em detalhes os ferimentos das pessoas.





O medo infundado do mundo real e o incentivo á agressão são frutos, segundo a pesquisa do Mediascope, de outras características muito comuns nos programas da televisão americana: a impunidade dos agressores e a audiência de consequencias negativas tanto para os personagens violentos quanto para suas vítimas. "Em 73% das cenas violentas os agressores saem da pacadaria para uma viagem ás Bahamas ou vão tomar uma cerveja e dormir como anjos", diz a professora Willson. "Em 58% das cenas violentas, mostra o estudo que as vítimas nem sequer sentem dor e em 47% elas parecem ser de borracha, porque não sangram e nem apresentam ferimentos. "Esse tipo de situação martela no vídeo todos os dias e incentiva a agressividade mesmo na ausência de causas sociais, como por exemplo, a miséria", diz a professora Willson.





E a professora comemora, "Acho que conseguimos provar algo que as emissoras de televisão sempre tentaram negar: crianças e adolescentes imitam fortemente os maus comportamentos a que assistem na televisão. A cada ano que passa, programas de televisão, filmes de cinema, desenhos animados e sinistros. Há estupros, sangue espirrando, incêndios, explosões, corpos se despedaçando em câmara lenta, palavrões sendo cuspidos a cada minuto. O realismo das cenas é gráfico, brutal, detalhista. Crianças e adolescentes são submetidos a uma barragem infernal de imagens de violência, vulgaridade e até mesmo pornografia. De lá muito, os estudo de psicólogos atestam que ninguém assiste incólume a essa torrente de boçalidade. E, no entanto, a coisa fica cada vez pior.






Fica pior porque as empresas que produzem e veiculam entretenimento estão engalfinhadas numa competição feroz pela atenção do público. Se um canal de televisão, por exemplo baixa o nível e apela para cenas de nudez e palavrões no horário em que as crianças estão na frente do vídeo, outro canal logo usa o mesmo recurso. Usa porque, todos sabem, violência e sexo atraem a atenção do público. Um filme como assassinos por natureza, de Oliver Stone, até pelo título está fadado a levar muita gente ao cinema. Entra-se assim nunca espiral, aparentemente sem fim. Como ninguém quer a censura, o único caminho para sair da espiral é os responsáveis pelos meios de comunicação, em algum momento, recusarem a apelação.





A televisão brasileira presta cultgo à frivalidade. A sociedade desenhada nas novelas é um convite à transgressão. A exaltação do sucesso sem batizar a ética, a trivialização da violência e apresentação de aberrações num clima de normalidade têm transformado adolescentes em aspirantes à contravenção. A televisão precisa receber um choque de responsabilidade ética.
O melhor modo da imprensa evitar que lhe imponha controles externos é colocar ordem na própria casa. Fatos recentes confiram esse realismo. Por 416 votos a 16 na câmara, e 91 a 5, no Senado, os Estados Unidos têm nova Lei de Comunicação.






Todo serviço de comunicação on-line está proibido de transmitir o que se convencionou chamar de "material indecente". O controle remoto será substituído por um equipamento obrigatório em cada aparelho de TV para que os pais controlem o que o filho vê-se há uma classificação etária, o aparelho, devidamente programado, desliga automaticamente. A mudança na legislação devolve à família um direito sequestrado pela irreponsabilidade eletrônica: o de educar.






Da Inglaterra, vem um excelente exemplo de auto-regulamentação. Impacialidade e proteção à infância são as vigas mestras do novo Código de Ética da BBC. As normas defendem o sistema de classificação etária, condenam a vulgaridade, o apelo à violência e ao sexo aviltado. A imparcialidade ganha contornos de compromisso público. A emissora publicará um relatório anual dando conta do cumprimento das obrigações assumidas em sua Declaração de Princípios.





No Brasil, o debate ético travado com saudável intensidade no jornalismo impresso não tem conseguido romper o isolamento da tela mágica. A lógica da televisão tem mais relação com o mercado do que com os interesses socias. No entanto, se as televisões comerciais são simplesmente uma indústria, os telespectadores, puros consumidores, e os programas, apenas uma mercadoria, estamos regredindo aos piores momentos do mau capitalismo. E tudo o que a mídia absorveu sobre responsabilidade pública, dícadas de amadurecimento ético, pode ruir sob o impacto do dogma mercadológico.






Para avaliar com profundidade a qualidade de uma emissora, não basta deter-se em análises meramente técnicas, empíricas e quantitativas. Qualidade técnica não garante retidão ética. E sem ética é vazio. A televisão comercial, ofuscada pelo sucesso efêmero de algumas pesquisas de opinião, deveria repensar os verdadeiros caminhos da qualidade. Entretenimento grosseiro, ainda que apresentado aos incaustos como obra de arte, ou fogo de palha. O telespectador quer consistência. A frivolidade passa, mas a credibilidade fica.





Quanto ao telespectador, não adianta esperar que as coisas mudem pela ação dos outros, por decisão das emissoras por uma intervenção do Estado ou por meio da censura. Depois de mais de vinte anos de jejum democrático, aprendemos que tutelars governamentais são ilusórias e, frequentemente, perniciosas. A sociedade civil deve cobrar responsabilidades acionando os instrumentos de auto-regulamentação, pressionando os anunciantes.





Uma carta dirigida a um veículo de comunicação ou um simples telefonemas ao patrocinador de um programa podem parecer providências modestas. Os que conhecem os delicados radares da imprensa, no entanto, sabem da importância prática dessas iniciativas. É preciso fugir do anonimato e exercer a cidadania. Afinal, conformismo e omissõesnunca foram os melhores aliados da democracia.





Entretanto concluímos que, a indústria cultural empregava-se o termo "culura de massa", na dialética do Iluminismo em 1942 e publicada em 1947, descreve a transformação do processo social; é uma cultura que nasce das próprias massas, estudando seus gostos e suas necessidades, impondo estereótipos e baixa qualidade, manipulando-o, e jamais oferece novidades é apenas uma representação.





Este sistema condiciona o tipo e a função do processo de consumo e a sua qualidade, a autonomia do consumidor, determinando o consumo e excluindo o novo. Faz o indivíduo deixar de decidir, deixa de ser soberano e sujeito para ser o objetivo. É uma pálida fachada, reguladora, e guiada procura olhar para o que as pessoas querem. O sujeito encontra-se vinculado a uma identidade sem reservas com a sociedade. O que no século XVIII, estava voltada para a emancipação e ao progresso. Hoje a indústria cultural tornou-se hierárquica e autoritária que transforma a mensagem de uma obediência em valor dominante aonde a sociedade é sempre vencedora o indivíduo não passa de fantoche manipulado pelas normas sociais.






E por isso que a indústria cultural altera a própria individualidade do consumidor, que é como o prisioneiro que cede á tortura e acaba por confessar seja o que for, mesmo aquilo que não fez.
A qualidade do consumo dos produtos culturais desde o mais típico, o filme sonoro, paralisam a imaginação que a espontaneidade pela sua própria constituição objetiva, estes são feitos para impedir a atividade mental do espectador e cada um desses produtos refletem o modelo do mecanismo econômico que domina o tempo do trabalho e o tempo do lazer.





Portanto, a estrutura multiestratificada das mensagens reflete a estratégia de manipulação da indústria cultural: tudo quanto ela comunica foi organizado por ela própria com o objetivo de seduzir os espectadores á vários níveis psiccológicos, simultaneamente.




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