quinta-feira, 31 de março de 2011
Ne-Yo - Beautiful Monster
A moderna sociedade brasileira – o mercado de bens simbólicos
Oi, coração
Não dá pra falar muito não
Espera passar o avião
Assim que o inverno passar
Eu acho que vou te buscar
Aqui ta fazendo calor
Deu pane no ventilador
Já tem fliperama em Belém do Pará
Puseram uma usina no mar
Talvez fique ruim pra pescar Meu amor
No Tocantins
O chefe dos parintintins
Vidrou na minha calça Lee
Eu vi uns patins pra você
Eu vi um Brasil na tevê
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo tão só
Oh, tenha dó de mim
Pintou uma chance legal
Um lance lá capital
Nem tem que ter ginasial
Meu amor
No Tabariz
O som é que nem os Bee Gees
Dancei com uma dona infeliz
Que tem um tufão nos quadris
Tem um japonês trás de mim
Eu vou dar um pulo em Manaus
Aqui ta quarenta e dois graus
O sol nunca mais vai se pôr
Eu tenho saudades da nossa canção
Saudades de roça e sertão
Bom mesmo é ter um caminhão
Meu amor
Babby, bye bye
Abraços na mãe e no pai
Eu acho que vou desligar
As fichas já vão terminar
Eu vou me mandar de trenó
Pra Rua do Sol,Maceió
Peguei uma doença em Ilhéus
Mas já to quase bom
Em março vou pro Ceará
Com a benção do meu orixá
Eu acho bauxita por lá
Meu amor Bye bye, Brasil
A última ficha caiu
Eu penso em vocês night and Day
Explica que ta tudo okay
Eu só ando dentro da lei
Eu quero voltar, podes crer
Eu vi um Brasil na tevê
Peguei uma doença em Belém
Agora já ta tudo bem
Mas ligação ta no fim
Tem japonês trás de mim
Aquela aquarela mudou
Na estrada peguei uma cor
Capaz de sair um toró
Estou me sentindo um jiló
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
To a fim de encarar um siri
Com a benção de Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr
A definição dos anos 40/50 como momentos de consumo, 60/70 consolidação dos bens culturais como televisão e mais tarde, meados dos anos 70, o cinema se afirma como indústria cultural e abrindo caminhos para outras esferas da cultura popular de massa como disco, publicidade... no entanto devemos refletir que no golpe militar de 64 por um lado, marcado pela dimensão política, pelas repressões, censuras, prisões, exílios e marcada também pela economia que no governo Juscelino os economistas referiam como a “Segunda Revolução Industrial” no Brasil, com sua reorganização econômica inserindo no processo de internacionalização, com o crescimento industrial, do mercado interno de bens materiais, envolvimento simbólico da cultura apontando problemas ideológicos.
Lembre-se, a censura possuía duas faces: repressiva - negando o conteúdo e não o meio, como nos teatros, cinemas, livros, editorial... A censura disciplinadora - afirmava e incentivava selecionando os mesmos meios.
É por isso que qualquer pessoa que se interessa pela historia cultural brasileira deste período tem que enfrentá-la, dimensioná-la aos efeitos e não confundir sua atuação. Propondo um raciocínio à ideologia da Segurança Nacional responsável pelo pensamento militar com a sociedade detendo o monopólio do poder aonde todos têm o dever de obedecer. Tal ideologia gera uma solidariedade orgânica, ou seja; entre partes com objetivos de repressão.
Para Joseph Comblim, esse Estado de Segurança Nacional não detém apenas o poder de repressão, mas se interessa também em desenvolver certas atividades, desde que submetidas à razão de Estado. Com o poder, que pode ser maléfico quando nas mãos de dissindentes em se tratando benéfico pelo poder autoritário, incentivando novas instituições como: Conselho Federal de Cultura – Instituto Nacional do Cinema – Embrafilme – Funarte – Pró-Memoria e o reconhecimento dos meios de comunicação de massa com a capacidade de difundir idéias e possibilidade de criar estados emocionais coletivos. Entre ditadura militar ao Estado Novo há duas ocasiões; 37 e 64 define-se sua política pela divisão autoritária desdobrando o plano da cultura pela censura e incentivo de determinadas ações culturais. No Governo Militar desenvolve atividades na esfera cultural, na era de Vargas surge instituições como Instituto Nacional do Livro, Instituto Nacional do Cinema Educativo, Museus e Bibliotecas, que os diferenciam é o quadro econômico distinto, entre grupos empresariais sendo orgânico e só depois, na década de 60 os mesmo assumem o capitalismo que aos poucos se desprende de sua insipiência.
Talvez o melhor exemplo da colaboração entre o regime militar e a expansão dos grupos privados como a televisão e em 1965 é criada a Embratel com uma política modernizada para as telecomunicações e o Brasil se associa ao Sistema Internacional de Satélites (Intelsat), 1967 cria-se o Ministério de Comunicações facilitando na sequência a interligação de todo o território nacional sem dificuldades tecnológicas nas quais a TV padecia na década de 50. Para Mauro Salles o programa brasileiro não aceita a paralisação do crescimento por tanto não deixa de ser curioso observar que o que legitima a ação dos militares no campo de telecomunicação é a própria ideologia da Segurança Nacional moralista de costumes e políticos. Um documento da Associação de Empresários de Teatro (1973), divulgado no auge da Ação repressiva, é significativo (não nos cabe analisar neste documento os efeitos do excessivo rigor da censura sobre a permanente e legítima aspiração de liberdade de expressão, para que os artistas e intelectuais formulem de maneira cada vez mais íntegra. Sua visão pessoal da temática que abordam em seu trabalho. Neste documento, o problema da censura esta sendo ventido, porque sua ação excessivamente rigorosa é um fato dos fatores conjunturais que prejudicam a sobrevivência econômica da empresa teatral). O mesmo tipo de crítica é feito pelos empresários do cinema no I Congresso da Indústria Cinematográfica Brasileira (1972) propondo reformulação dos critérios da censura. “Levando-se em conta a época atual o desenvolvimento da cultura, [pois] os cânones rígidos de antigamente não poderão prevalecer atualmente (...) nossa censura não acompanha a evolução dos costumes.
Tânia Pacheco afirmava que o objetivo dos empresários teatrais é sugerir um pacto com o poder, garantindo o financiamento das obras teatrais do estado e obras em geral. Em 1973 por sua vez TV Globo e Tupi assinaram um protocolo de auto censura para controlar o conteúdo de suas programações como Chacrinha e Derci Gonçalves, personagens de programas populares são redimensionados pela necessidade de garantir o pacto com os militares, pois os mesmos vêem como “degradante” para nossa formação. A censura “excessiva” é certamente um incomodo para o crescimento da indústria cultural, mas este é o preço a ser pago pelo fato de ser o pólo militar incentivador do próprio desenvolvimento brasileiro.
Vejamos a evolução da produção de 1966 aonde o governo criou o Geipag, órgão que implementa uma política para a indústria gráfica, favorecendo a importação de novas máquinas para a impressão, uma evolução acelerada de impressão em off-set em detrimento de outras formas como a tipografia e a fotogravura, mas não é somente o setor livreiro que se beneficia da política governamental, a indústria editorial se modernizando com a importação de novos maquinários e consequêntemente com o crescimento do mercado de revista. O caso exemplar é o da Editora Abril que hoje domina o mercado, fundada em 1950 por Victor Civita, inicia sua produção comprando o direito de publicar o Pato Donald no Brasil. Entre 50/59 edita 7 títulos; 60/69 sobe para 27; 70/79 os números crescem para 121 títulos. Ao longo desses anos não só o volume aumenta, mas a diversidade do que é editado. Até a década de 50 a Editora Abril se sustenta de suas fotonovelas (Capricho, Você, Ilusão, Noturno e o Pato Donald). Anos 60, as revistas especializadas como Transportes Modernos para Executivos, Máquinas e Metais, Quatro Rodas, Cláudia e os fascículos Curso Intensivo de Madureza, Pensadores, Conhecer e na década de 70 cresce a diversificação com Cebolinha, Luluzinha, Piu-Piu, Enciclopédia Disney e mais tarde é lançada manequim especializada em Moda, (Agulha de Ouro) Costura, (Forno e Fogão, Bom Apetite, Cozinha), Casa Cláudia, (Decoração) Cláudia, (Assuntos Gerais), Sexo (Playboy), Futebol (Placar), Navegação (Esportes Náuticos), Economia e Negócios, (Exame), cumprindo com o leitor aquilo esperado.
O cinema por sua vez obtém crescimento entre 71/94 público de 2003 para 250 milhões, 1980 cai 164 milhões devido a outras formas de lazer, em particular a Televisão. Em outros países como Japão, EUA, Inglaterra, Alemanha Ocidental, França e Itália entre 1946 a 1955 têm a sua evolução e declinando em 1970, responsabilizando bilheteria, fechamento dos cinemas de bairro indo estabelecer nos grandes centros, videocassete, a cabo, televisão comercial são responsáveis.
O mercado fonográfico de 1970 vegetava em seu crescimento, passa a desenvolver devido a aquisição de eletrodomésticos, 1967/80 surge a venda de toca-discos crescimento de 813%, fitas cassetes como hábitos de consumidores em automóveis e o LP, que foi introduzido em 1948 como produto barato porque antes na década de 60 era caro. A Som Livre, vinculada a TV Globo especializada no ramo da música da novela com a primeira trilha sonora “O Cafona” – 1976 se torna líder no mercado fonográfico, em 1982 detendo 25% do seu faturamento.
Penso que o melhor caracterizou no advento foi à consolidação da indústria cultural no Brasil com o desenvolvimento da televisão pois em 1970 existiam 4 milhões 259 mil domicílios com o aparelho, ou seja, 56% da população era atingida pelo veículo, 1982 o número passa a 15 milhões 855 mil, correspondendo 73% total de domicílios e assim consolidando esse hábito e a propaganda também considerando o Brasil recorde em divulgação análise feita por Maria Arminda Arruda, passando a existir grandes agências como Mauro Salles; JMM, Esquire... e só nos anos 60 que se intensifica a profissão de publicitário ganhando universidade e reconhecimento em nível superior criando escolas como: UFRJ 1968; ECA 1961; Associação Brasileira de Anunciantes, Conselho Nacional de Propaganda em 1964, Federação Brasileira de Marketing em 1968 e assim marca a especialização da área.
O rádio também acompanha suas mudanças na sociedade trabalhando com o sistema associado às análises de audiência, pois atinge determinada camada ou público mais com a restrição de mercado sofre uma concorrência com a TV cerrada criando a partir daí as redes nacionais que interagem com as regionais com único interesse econômico fortalecendo o rádio como alternativa publicitária e com menor investimento e com vozes masculinas e femininas criam personagens para anunciar os pedidos musicais, o sistema Globo de Rádio, formado por 13 emissoras AM e cinco FM, que atua nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Bahia; a Transamérica, composta por 28 emissoras, atingindo os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, Bahia, MG, Sergipe, Santa Catarina, Maranhão, Paraíba, DF; outros exemplos, Rede Capital de Comunicação, Rede Manchet5e de Rádio, caracterizando em padronização não só os programas são padronizados, mas a publicidade e até mesmo as vozes dos apresentadores. Vários sociólogos têm insistido na modernização da sociedade brasileira, implicou a mudança da mentalidade empresarial como afirma Fernando Henrique Cardoso.
A indústria Cultural não escapa a este processo de transformação, os capitães de indústria dos anos anteriores deve ceder lugar ao Manager. Os novos proprietários são homens de organização, e de certa forma se perdem na impessoalidade dos “Impérios” que construíram.
Quero aqui comparar dois tipos de empresários, Pipa Amaral, da antiga TV Rio sujeito de grandes idéias e Roberto Marinho da TV Globo, homem que acreditava naqueles que estavam do seu lado e por isso acreditou nos inovadores Walter Clark, Boni, entre outros para então realizar o sonho da TV tornando ela dominante, pois esses homens além de tudo uma visão empresarial determinada capazes de programarem o melhor da TV brasileira, tornando ela maior que os filmes e foi assim com determinações que a TV Globo chegou aonde está hoje, líder pois passou a ser dirigida por pessoas da área do Marketing e planejamento, a mesma idéia nos levam ao início do Jornal Folha de São Paulo fundado antes em 1921 com o nome Folha da Noite, passou por suas reformas nas redações, só em 1945 José Nabantino assume a direção com seu dinamismo estabelecendo premiações a quem mais escrevesse e como prêmio à compensação salarial extra.
Em 1956, o parque gráfico das folhas sobre seu estrangulamento para a empresa Nabantino desiste de ter 3 edições e passa a manter a Folha de São Paulo, mas em 1962, a folha é adquirida pelo grupo Frias cadeira e assim passando por uma profunda reforma tecnológica, econômica e comercial.
Hoje para a “Folha” o jornalismo tem que ser mais exato, mais agudo, mais agressivo, vender mais e aumentar sua circulação.
Portanto, se é possível apontar nos países europeus e nos EUA uma confusão de fronteira entre o realismo da Indústria Cultural e os movimentos críticos, muito embora teoricamente proceda a distinção entre um realismo reflexo e outro reflexivo. Eu diria que no Brasil esta interpenetração de domínio se dá de maneira acentuada e dessa forma a pesquisa, isto é, a tecnologia e a psicologia prescrevem conselhos fundamentados na autoridade cientifica, ao leito, com destaque para as fotonovelas uma busca da realidade passando por um processo de nacionalização do texto, das temáticas e da própria estrutura da linguagem.
O nível da ideologia professada se passa como se a televisão fosse não só o prolongamento das perspectivas utópicas que nortearam a produção cultural das décadas anteriores, mais o Lócus privilegiado de um trabalho político voltado para a massa.
A moderna tradição brasileira – Renato Ortiz – Cultura e sociedade
Por outro lado, se tornarmos as análises de Bourdieu parte do princípio de que é possível ler a luta de classes através do estilo de vida e da escolha de classes através do estilo de vida e da escolha estética dos indivíduos um gosto legítimo na classe dominante, e considerá-lo como unidade de medida em relação ao qual se relacionam as práticas estéticas das classes médias e populares. Assim Bourdieu estabelece uma hierarquia cultural entre aqueles que são despossuídos de cultura e consomem Charles Aznavour fazem fotografia, compram nos supermercados e outros preferem Ravel.
Vera Cruz é fruto do industrialismo da burguesia paulista; é uma espécie de Hollywood da periferia com públicos diferentes através das produções de chanchadas ela explorava um público mais popular, atingindo a classe media urbana tendo como referencia a cultura americana e não a burguesia européia, a mesma era referencia a criticas de grupos nas décadas de 50, época marcada pela industrialização no cinema. Vale ressaltar que para autores a história da televisão brasileira como meio de massa seja considerada nos anos 50 como elitista. Os atores de teatro se consideram como intelectualmente superiores aos simples como atores da TV. Considerada por eles como uma arte menor. O teatro era autônomo, com seus ensaios e apresentações de vida própria tendo suas folgas na segunda-feira, os mesmos se preocupavam com sua arte já o teleteatro funcionava como laboratório para artistas, escritores, diretores e cenógrafos. As telenovelas, destaque para J. Silvestre ou José Castellar e consequentemente as peças são adaptações de livros de escritores consagrados – Victor Hugo, Edgar Amorim, textos como: Olive Twist e Bocage.
Assessoria de imprensa
Web jornalismo - um fantástico mundo que você precisa conhecer
Fotografia, a escrita da luz
terça-feira, 22 de março de 2011
Destaca gatinho, destaca
Heródoto Barbeiro agora é Record News
Castanha do Pará, combate os radicais livres
quinta-feira, 10 de março de 2011
Flor de lótus, mais que uma planta, mais que beleza, um símbolo sagrado
Jornalista Rosa Rodrigues
Ela é linda, venerada na Índia e no Japão e simboliza a espiritualidade. Estamos falando da flor de lótus. Com uma curiosidade pra lá de intrigante. Uma semente da flor pode ficar cerca de 5 mil anos sem água. E você sabe me dizer por que ela consegue viver sob esse milagre dos deuses? Segundo especialistas a semente da flor de lótus só consegue viver fora d’água porque ela espera a condição ideal de umidade do ar para germinar. Você sabia que é possível ela nascer na lama? É verdade. Tamanha beleza consegue atingir a superfície, com suas lindas e luminosas pétalas.
O Lótus é uma planta aquática da família das ninfeáceas, conhecida também por lótus-egípcio, lótus-sagrado ou lótus-da-índia. É uma planta nativa do sudeste da Ásia, e normalmente do Japão, Filipinas e Índia. Suas cores são hipnotizantes desde as flores brancas que são cultivadas para fins ornamentais. Conta à história que antes ela era usada pelos antigos na fabricação de pão e numa espécie de bebida. Para os estudiosos, a flor de lótus nem sempre significou a beleza e a sensibilidade aos olhos e sim ela por muitos anos serviu de alimento a nação da Líbia.
O lótus chegou ao ocidente no século IV a.C, é considerada um símbolo máximo de pureza espiritual. Algumas lendas gregas afirmam que o suco da flor de lótus teria a propriedade de gerar nos estrangeiros a vontade de permanecer na terra e não regressar. Já na África há mais de 700 anos, existia um povo que se alimentava desta planta. A história conta que certos povos da América Central já a conheciam. Os Sacerdotes do México, costumavam embriagar com seu efeito alucinógeno produzido por um extrato dessa planta anos antes dos primeiros espanhóis chegarem a América. No Brasil, o lótus foi trazido pelos japoneses no século de XX. Aqui a flor é conhecida como vitória-régia e costuma ser popular nas regiões amazonenses, região do Mato Grosso e nas Guianas. Os egípcios costumam presentear com essa flor amigos, familiares e visitas. Essa flor espalhou-se pela Europa, onde foi encontrou verdadeiros apreciadores, em especial pelos pintores.
Outra curiosidade, é que as pétalas da flor de lótus são consideradas autolimpantes. Não entendeu? Eu explico. As pétalas da flor de lótus repelem os microorganismos e poeiras. Cientistas do instituto botânico da universidade de Bonn, na Alemanha, estudam esse efeito autolimpante. Eles consideram-na potencialmente útil para ser aplicada na limpeza doméstica e afins. A flor de lótus é considerada a única planta a regular o calor interno numa temperatura de 35º. Segundo os pesquisadores da Universidade de Adelaide na Austrália, a fama da flor de lótus transcende o âmbito espiritual e seu fascínio atinge seus estudos na botânica. Há muito tempo existe uma tentativa de desvendar alguns enigmas que a planta segrega. Assim como seres humanos, ela é capaz de manter sua temperatura em torno de 35 graus. Esse sistema de auto-regulação de calor, compreensível em organismos complexos, como ocorre com os mamíferos, continua inexplicável para a ciência. Talvez isso explique o porque que o botão dessa misteriosa flor tem o formato de um belíssimo coração e assim as suas pétalas não caem quando a flor morre, elas simplesmente secam, mantendo o saudosismo de suas tão lindas pétalas que um dia foram tão úteis.
Você sabia que os chineses, simbolizam o passado, o presente e o futuro por meio da Flor de Lótus? É verdade. Para eles o passado é representado pela flor seca, o presente pela flor aberta e o futuro pela semente que vai ainda germinar.
Na Índia, se você observar, os deuses aparecem sempre em pé ou sentados sobre a flor de lótus. Sabe porquê? De acordo com a tradição budista Siddharta (que logo se tornaria o Buda) tocou o solo e fez seus primeiros sete passos, sete flores de lótus nascerem e crescerem. Para aqueles que seguem a tradição do budismo, cada um dos sete passos do Bodhisatha simboliza um ato de expansão espiritual. Para eles o conhecimento significa a supremacia do espírito, é comparado ao florescimento do Lótus de mil pétalas no topo da cabeça, o significa á auréola dos santos da Igreja Católica.
Até hoje muitos monges e fiéis visualizam esta mesma cena enquanto caminham, imaginando que flores de lótus surgem debaixo de seus pés. Com esta prática acreditam estarem espalhando o amor e a compaixão de Buda simbolizados pela flor. No budismo há a afirmativa que Sidarta Gautama (nome histórico de Buda), possui olhos de lótus, pés de lótus e coxas de lótus. O Guru que introduziu o budismo no Tibete é denominado Padmasambhava, que significa aquele que nasceu do lótus.
São tantas lendas que de acordo com as escrituras indianas foi do umbigo de Deus Vishnu que teria nascido uma brilhante flor de lótus e desta teria surgido outra divindade, isto é, Brahma, o criador do cosmo. Você sabia que nas gravuras indianas deuses costumam aparecer em pé ou sentado sobre a flor. Isso ocorre com as representações do deus elefante, Ganexa de Lakshmi - a deusa da prosperidade e de Seiva - o destruidor.
O lótus é essencial para as pessoas que praticam a ioga. Para seus praticantes, como não se pode conceber hinduísmo sem ioga, não se pode conceber ioga sem o lótus. A ioga é prática basilar do compêndio doutrinário hindu e “representa o caminho seguido para se perceber o Deus interior”.
E você sabe exatamente como se pratica ioga? A ioga desenvolve-se por meio de práticas avançadas de meditação que requerem a observância de uma posição específica do corpo, normalmente uma posição sentada que é denominada “Padmasana” ou “Postura de Lótus” na qual os pés são colocados sobre as coxas do lado oposto. Os iogues acreditam que a posição do lótus propicia para aqueles que praticam o aumento da consciência interna e induz a calma profunda se o praticante associar à postura a filosofia da ioga de forma adequada. Essa mesma concepção tem os esotéricos, eles acreditam que a flor vista de cima infere na interiorização, introspecção e centralização, vista de perfil alude à postura de um iogue sentado remete-se a um raio de luz emanando sobre ele.
Outro fator interessante é que no interior das pirâmides e nos antigos palácios do Egito o lótus também é representado como planta sagrada pertencente ao mundo dos deuses. Um dos mais interessantes relatos da mitologia egípcia sobre a origem de nosso planeta conta que num tempo muito distante, quando o universo ainda não existia, um cálice de lótus com as pétalas fechadas flutuava nas trevas, um relato que faz lembrar a declaração bíblica que diz: “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1.2, grifo do autor). Entediada com o vazio, a flor pediu ao deus-Sol Rá (uma divindade andrógina, simultaneamente masculina e feminina) que criasse o universo. Tendo criado, a flor agradecida pelo desejo realizado passou a abrigar o deus-Sol em suas pétalas durante a noite de onde ele sai ao amanhecer para iluminar a sua criação.
Outro dado curioso é que os chineses associavam a flor de lótus ao órgão genital feminino. Isso porque na antiga China não havia elogio melhor para uma mulher do que chamá-la de “lótus de ouro” Para os pesquisadores franceses Jean Chevalier e Alain Cherbrant no livro dicionário de símbolos, a planta é associada ao nascimento e a criação. Naquele país a deusa do amor e da compaixão Kuan Yin é a mais venerada entre as divindades chinesas femininas, é representada com flores de lótus ainda fechadas nas mãos e nos pés. Sendo assim os fiéis acreditam que a planta teria o dom de aflorar os sentimentos amorosos já que o botão da flor tem o formato de um coração.
E mais... Acredita-se em que a haste dura da planta simboliza a firmeza, a opulência de sementes estaria relacionada à fertilidade e prosperidade, as folhas - como nascem juntas - indicariam felicidade conjugal. Na medicina chinesa, a planta é consumida como chá por possuir qualidades terapêuticas que vão desde a cura de doenças renais e pulmonares até o combate do estresse e insônia.
Mas para os cristãos não devem haver nenhuma espécie de culto à flor, imagina-se que seria algo ilógico diante do relativismo de significados nela contidos. Bem ao contrário da crença hindu e egípcia dita aqui, partimos do princípio de que flor de lótus tem lugar garantido na criação divina quando Deus criou o mundo, e quando terceiro dia da sua criação disse: “Cubra-se a terra de vegetação: plantas (entre elas a lótus) que dêem sementes (...) E assim foi” (Gn 1.11). Éo que presumi-se, nada mais! Mesmo porque seria um erro atribuir qualquer espécie de poder espiritual a objetos inanimados. A pergunta seria: O lótus tem poder sobre as pessoas e aos seres? E a resposta definitiva: Não! Essa e nem outra planta teria o poder de transformar as pessoas em seres puros e iluminados, em resumo classificariam talvez como mero folclore religioso.
E o mantra, a ioga como são classificados pelas escrituras sagradas? São claramente condenados. Veja bem; se o Deus censurou a utilização de palavras vazias e repetitivas nas orações que supostamente eram dirigidas a Ele (Mt 6.7), o que dizer quando tais cânticos oferecidos a uma planta: Como por exemplo: “Ó jóia preciosa do lótus”?!
Segundo afirmações de estudiosos, “Os praticantes da ioga, estão se colocando cada vez mais sob a influência de Satanás. Na Índia, um iogue é tido como um mahsiddha, ou seja, um bruxo e a prática da ioga desde a antiguidade está relacionada a poderes ocultos e mágicos”. Sabe porque essa polemica? A Bíblia nos admoesta acerca da saudável meditação: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (maiores informações sobre ioga, consultar Defesa da Fé nº37 - Ioga: ginástica, terapia ou religião). Em resumo, percebe-se que infelizmente a beleza e a simbologia dessa linda flor está relacionada a práticas antibíblicas. O mantra do lótus Imagine a cena: a fumaça do incenso envolve como nuvem os monges budistas do templo Doi Suthep, construído no século XIV nos arredores da cidade de Ching Mai, no norte da Tailândia. Como é corriqueiro, ao amanhecer eles estão lavando as mãos nos botões rosados da flor de lótus espalhando um perfume suave no ar. Com a voz grave ritualmente os monges começam a murmurar o mani padami, um dos principais mantras do budismo - originário do antigo idioma sânscrito. A frase exaustivamente repetida significa: “Ó jóia preciosa do lótus”. Terminado o ritual eles depositam uma quantidade tão grande de lótus sobre os pés de Buda que quase soterram a imagem sagrada. Esse cenário religioso permeia milhões de pessoas de vários países asiáticos que igualmente crêem que o mantra do lótus tem a capacidade de transformar as pessoas em seres puros e iluminados, como o próprio Buda. As palavras sagradas deste canto estão gravadas nas bandeiras, nos sinos que alertam para as cerimônias, em artigos como anéis e pulseiras, nos enormes moinhos de orações que são girados nos templos pelos toques das mãos dos fiéis etc. Destarte, o “aroma” do lótus impregna o Tibete, Tailândia, Índia, Butão, Indonésia, China e é raro encontrar um país da Ásia onde o lótus não seja considerado sagrado. Curiosidades sobre a planta Origem: Sudeste da Ásia Família: Ninfeáceas Porte: Sua haste pode alcançar mais de um metro acima do nível da água. Período de floração: primavera e início do verão Flores: Produz flores brancas, cor-de-rosa ou brancas com as bordas rosadas. Multiplicação: por meio de sementes ou divisão de rizomas Luminosidade: sol pleno Esoterismo: Os povos orientais têm esta flor como símbolo da espiritualidade, pois acreditam que ela desabrocha aqui na Terra somente depois de ter nascido no mundo espiritual. O lótus também representaria a pureza, pois emerge limpa e imaculada do meio de águas turvas e lodosas. Cultivo: Pode ser cultivada em vasos imersos, tanques de jardim, lagos ou lagoas. Seu cultivo em vaso necessita de 2 partes de terra argilosa, 1 parte de esterco bovino bem curtido ou composto orgânico. Por ser uma planta aquática dispensa regas.
Lenda da Flor de Lótus
Certo dia, à margem de um tranqüilo lago solitário, a cuja margem se erguiam frondosas árvores com perfumosas flores de mil cores, e coalhadas de ninhos onde aves canoras chilreavam, encontraram-se quatro elementos irmãos: o fogo, o ar, a água e a terra.
- Quanto tempo sem nos vermos em nossa nudez primitiva - disse o fogo cheio de entusiasmo, como é de sua natureza.
É verdade - disse o ar. - É um destino bem curioso o nosso. À custa de tanto nos prestarmos para construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos de nossa obra e perdemos nossa liberdade.
- Não te queixes - disse a água -, pois estamos obedecendo à Lei, e é um Divino Prazer servir à Criação. Por outro lado, não perdemos nossa liberdade; tu corres de um lado para outro, à tua vontade; o irmão fogo, entra e sai por toda parte servindo a vida e a morte. Eu faço o mesmo.
- Em todo o caso, sou eu quem deveria me queixar - disse a terra - pois estou sempre imóvel, e mesmo sem minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço.
- Não entristeçais minha felicidade ao ver-nos - tornou a dizer o fogo - com discussões supérfluas. É melhor festejarmos estes momentos em que nos encontrarmos fora da forma. Regozijemo-nos à sombra destas árvores e à margem deste lago formado pela nossa união.
Todos o aplaudiram e se entregaram ao mais feliz companheirismo. Cada um contou o que havia feito durante sua longa ausência, as maravilhas que tinham construído e destruído. Cada um se orgulhou de se haver prestado para que a Vida se manifestasse através de formas sempre mais belas e mais perfeitas. E mais se regozijaram, pensando na multidão de vezes que se uniram fragmentariamente para o seu trabalho. Em meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: o homem. Ah! como ele era ingrato. Haviam-no construído com seus mais perfeitos e puros materiais, e o homem abusava deles, perdendo-os. Tiveram desejo de retirar sua cooperação e privá-lo de realizar suas experiências no plano físico.