segunda-feira, 2 de março de 2009

A influência do jornalismo



Não se pode dizer grandes coisas na televisão, muito especificamente sobre a televisão que deveríamos abster-nos. Antes de mais nada, meu tempo não é limitado, não me foi imposto, eu decido livremente e posso ainda mudá-lo, chamar à ordem, em nome da técnica, em nome do público - que - não- compreenderá ou em nome da moral, da conveniência, etc.


Mas, dirão, porque nas condições habituais aceita-se, apesar de tudo, participar de programas de televisão? Revela-se claramente que não se está ali para dizer alguma coisa, mas razões bem outras, sobretudo para se fazer ver e ser visto. "Ser, dizia Berkeley, é ser percebido". O que se exerce sobre a televisão é a pressão econômica pelos anunciantes que pagam a publicidade e as pessoas, de maneira geral, não gostam muito de serem tomadas como objetos e objetivadas. Os jornalistas ainda menos que outras, mais compreendem aqueles que dele participam são tão manipulados quanto manipuladores e é muito bom ressaltar, salários exorbitantes, escândalos, ações... em forma de denúncia isso contribui para a corrupção, concorrência pela fatia de mercado.


Notícias de variedades são alimentos prediletos da imprensa sensacionalista, como por exemplo: crimes, dramas e sexo que sempre fizeram vender e o reino de audiência alcança as primeiras páginas e as mesmas notícias distraem, atraí atenção e de certo modo não lá tão importante.


Na televisão minutos são preciosos e qualquer deslize é dinheiro que se perde. A televisão é um monopólio na informação das cabeças de uma parcela significante da população e os jornalistas são levados a uma só vez pelas propensões inerentes á sua profissão e a sua visão. A mesma nos convidam a dramatizar, exageram na importância, como casos de subúrbios que tal acontecimento só vem a interessar a maior parte das rebeliões. O mundo da imagem é dominado pelas palavras.


Os jornalistas têm sempre a preocupação com os furos (quem primeiro noticia) e com isso não percebem a banalização dos fatos. São levados a sério e cada dia são levados rumo ao universo social, o qual é descrito, prescrito pela TV e os mesmos tem sua própria visão e os mesmos são de entidades abstratas que não existem, o que existe de instrução é o jornal, o meio de informação.


Estamos portanto num monopólio, ninguém lê tantos jornais quanto os jornalistas e as vezes os mesmos imaginam que todos têm as mesmas informações. Para eles a leitura é indispensável pois é o seu trabalho e as vezes os mesmos ficam nas redações falando dos seus concorrentes, do que fizeram e não fizeram. A audiência é o que interessa, portanto; a televisão não é muito propícia para a expressão de pensamento no caso de debates que sempre quem direciona as idéias são os próprios jornalistas fazendo responder aquilo que é de seu interesse e ao mesmo tempo entram em contradições e grandes tensões.


O próprio jornalismo é antes de mais nada inquietante pois nunca está satisfeitos com o que faz e ouve.


Pelo interesse da empresa de comunicação o jornalista passa por cima daquilo que o telespectador gostaria de acompanhar levando em conta a sua opinião como pensador e deminador da palavra e tudo em prol da audiência, custando o que custar.

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