Conceito de inflação
* Aumento contínuo e generalizado a nível de preços.
Causas da inflação
* Inflação de Demanda "tipo clássico" de inflação agregada a produção de bens e serviços disponíveis.
* Inflação de Custo "oferta" a demanda permanece e os custos de certos insumos importantes aumentam com repasse de preços dos produtos.
Exemplos tais como: Aumento de salários, provocando aumento da taxa de inflação. Onde as empresas, com elevado poder de monopólio ou oligopólio com poder de elevação lucrativa acima da elevação dos custos de produção.
Um segundo exemplo seria também os aumentos de autónomos nos preços de matérias-primas básicas, os chamados; choques de matérias-primas (crise do petróleo, choques agrícolas).
A política usual, no caso de "Inflação de Custos" é o controle direto de preços, o que pode ocorrer tanto por meio de uma política salarial mais rígida, maior fiscalização sobre lucros pelos grupos oligopolistas, quanto pelo controle ou tabelamento de preços dos produtos.
Inflação Inercial
Através de análises econômicas realizadas pelos ideólogos da reforma monetária que culminou no "Plano Cruzado" reside no fato de que "um determinante significativo da inflação corrente é a própria inflação passada". Assim os mecanismos de indexação formal (contratos, aluguéis, salários) e informal (reajustes de preços no comércio, indúdtria, tarifas públicas) provocam a perpetuação das taxas de inflação anteriores, que são repassadas aos preços correntes.
Inflação de Expectativas
Considera-se "Inflação de Expectativas" os aumentos de preços provocados pelas expectativas dos agentes de que a Inflação futura tende a crescer, e eles procuram resguardar suas, margens de lucro. No Brasil, esse fator tem sido muito presente antes das mudanças de governo, com os empresários precavendo-se contra eventuais congelamentos de preços e salários, que têm sido uma estratégica frequente nos planos pós-86 (chamados de choques heterodoxos).
Corrente Estruturalista
Baseada pela estrutura agrária, oligopólica de mercado e comercio internacional. A agricultura não responderia ao crescimento da demanda de alimentos, devido à exigência de latifúndios pouco preocupados com questões de produtividade (oferta de produtos agrícolos inelática a estímulos de preços de mercado). Isso levaria ao aumento de preços dos alimentos. Por outro lado, grandes oligopólios têm condições de sempre manter suas margens de lucro, repassando todos os aumentos de custos a seus preços. Finalmente, a inflação seria provocada pela desvalorização cambial que os países subdesenvolvidos são obrigados a promover, para compensar o déficit crônico da balança comercial, em termos de troca no comércio internacional contra países subdesenvolvidos, por exportarem produtos primários e importarem produtos manufaturados.
As causas da inflação estão associadas aos conflitos distributivos, que se resumem na tentativa de os agentes manterem sua posição na distribuição do bolo econômico: empresários defendendo suas margens de lucros, trabalhadores tentando manter salários e o governo mantendo sua parcela por meio de impostos, preços e tarifas públicas, além de emitir moeda a qualquer momento, gerando "Impostos Inflacionários".
Imposto Inflacionário
O imposto inflacionário é justamente a receita que o Banco Central obtém ao emitir mopeda a custo zero. Tal imposto explica um fato que tem ocorrido nos recentes planos antiinflacionários no Brasil quando ao derrubar as taxas de inflação, ocorre uma grande elevação do consumo, principalmente das classes menos favorecidas, justamente porque deixaram de pagar esse imposto.
Conseqüências por altas taxas
A inflação, notadamente quando acentuada, é acompanhada de múltiplas conseqüências sociais, entre as quais podem ser citados o desinteresse por aplicações produtivas, as mudanças nas estruturas dos preços relativos em detrimento das classes sociais mais pobres e a crescente subversão da ordem econômica.
Existindo concorrência perfeita em todos os mercados, a recessão pode ser um remédio heróico e eficiente para combater a inflação, mas, se os mercados forem oligopolizados, as medidas recessivas podem levar à redução da produção e do emprego com o aumento de preços.
Segundo os teóricos da abordagem inercialista, a correção monetária generalizada e outros mecanismos inerciais de manutenção da inflação dificilmente são controláveis pelos instrumentos tradicionais da política monetária.
A redução do poder aquisitivo das classes que dependem de renda fixa, com prazos legais de reajuste. Os assalariados que, com o passar do tempo, vão ficando com seus orçamentos cada vez mais reduzidos; o aumento do aluguel também têm perdas de rendimentos reais, ao longo, do processo inflacionário, mas estes são compensados pela valorização de seus imóveis, que costumam caminhar à frente das taxas de inflação. Estes proprietários de bens de raiz praticamente nada sofrem ; os empresários, que têm mais condições de repassar os aumentos de custos provocados pela a inflação, garantindo assim a manutenção de seus lucros, e o próprio governo, via correção de impostos, preços e tarifas públicas.
Efeito sobre o balanço de pagamentos
Elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de preços internacionais, encarecem o produto nacional relativamente ao produzido no exterior. Assim, provocam estímulos às importações e desestímulos às exportações, diminuindo o saldo da balança comercial (exportações menos importações). Esse fato costuma inclusive provocar um verdadeiro círculo vicioso, se o país estiver enfrentando um défit cambial.
Entretanto, as importações essenciais, das quais muitos países não podem prescindir, tais como petróleo e derivados, fertilizantes, equipamentos sem similar nacional, torna-se-ão imediatamente mais largamente produtos importados. Ocorre nova elevação de preços, devido ao repasse do aumento dos custos aos preços dos produtos finais, recomeçando o processo.
Efeito sobre as expectativas
Expectativas sobre o futuro. Particularmente, o setor empressarial é bastante sensível a esse tipo de situação, dadas a instabilidade e a imprevisibilidade de seus lucros. O empresário fica num compasso de espera enquanto a situação perdurar e dificilmente tomará iniciativas de novos investimentos, conseqüentemente, o nível de emprego são afetados pelo pocesso inflacionário.
Efeito sobre o mercado de capitais
Trata-se do valor da moeda deteriorizada; com o conseqüente desestímulo à aplicação de recursos no mercado de capitais financeiros. As aplicações em cardeneta de poupança, títulos, devem sofrer retração. Por outro lado a inflação estimula aplicação de recursos em bens de raiz, terras, imóveis de maior valorização inflacionário.
No Brasil, as conseqüências foram minimnizadas pela correção monetária, principalmente no quesito caderneta de poupança sofrendo reajustes por índice aproximado ao crescimento da inflação.
Uma vez discutidas as distorções provocadas por elevadas taxas de inflação cabe analisar os fatores que a provoca, ao médio prazo, há quem ganhe, a longo prazo, quase ninguém ganha pois ela disarticula o sistema econômico.
A expressão Reajuste Salarial, já denota tratar-se de uma recomposição do poder aquisitivo perdido com a inflação anterior. Nesse sentido, o aumento de salários seria uma conseqüência e não causa da inflação. Os aumentos de salários representam um fator causal autônomo de produtividade.
É importante sabermos que na primeira etapa do Plano Real, a criação da Unidade Real de Valor (URV) objetivou dotar o sistema monetário de uma nova unidade de conta de custo de curso legal, mas sem poder liberatório e foram adotadas medidas como conversão dos preços a uma nova unidade de conta, redução do número de membros do Conselho Monetário nacional (CMN) modificação do mecanismo autorizativo para emisões de moeda e redução da liquidez via expansão de recolhimento compulsórios.
O programa de estabilização aplicado no Brasil em 1990, fundamentou-se, essencialmente, no contingenciamento de ativos financeiros. Mas à falta de outros mecanismos eficazes de ajuste, a inflação voltou à medida que os saldos bloqueados eram liberados.
A arquitetura conceitual do Plano Real fundamentou-se os conhecimentos econômicos e jurídicos sobre as funções da moeda.
Os efeitos redistributivos do fim do "Imposto Inflacionário", que ampliaram a base de consumidores no Brasil, pode ser apontado como um dos benefícios do Plano Real. A expansão da dívida pública interna e o desequilíbrio em conta corrente do balanço de pagamentos são apontados entre seus principais custos.
Portanto, na descrição dos fundamentos e dos resultados dos planos de estabelização, é dada grande ênfase ao Plano Real - sua arquitetura conceitual, seus priincipais benefícios, seus custos e seus riscos. É uma contribuição importante para que se compreenda de forma abrangente a real dimensão da ação de um governo que, com suas qualidades e defeitos fazem profundas e importantes transformaçãos no País.
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