quinta-feira, 5 de março de 2009

Líbano - O Pais dos cedros


República do Líbano (Al-Jumhuriya al-Lubnaniya).
CAPITAL: Beirute.
NACIONALIDADE: libanesa.
DATA NACIONAL: 22 de novembro (Independência).
GEOGRAFIA - Localização: oeste da Ásia.
Hora local: +5h. Área: 10.452 km2.
Clima: mediterrâneo.
Área de floresta: mil km2 (1995).
Cidades principais: Beirute (1.100.000), Trípoli (240.000) (1991); Zahlah (45.000), Sayda (38.000), Tyr (antiga Sur) (14 000) (1988).


População

A população é 3,3 milhões (2000);
Composição: árabes libaneses 80%, árabes sírios 17,5%, árabes palestinos 1,5%, curdos e armênios 1% (1996).
Idioma: árabe (oficial), francês, curdo, armênio.
Religião: islamismo 55,5% (xiitas 34%, sunitas 21,5%), cristianismo 37,3% (católicos 25,1%, ortodoxos 11,7%, protestantes 0,5%), drusos 7,2% (1995).
Densidade: 317,31 hab./km2.
População urbana: 89% (1998).
Crescimento demográfico: 1,7% ao ano (1995-2000).
Fecundidade: 2,69 filhos por mulher (1995-2000).
Expectativa de vida M/F: 68/72 anos (1995-2000).
Mortalidade infantil: 29‰ (1995-2000).
Analfabetismo: 13,9% (2000). IDH (0-1): 0,735 (1998).

Governo

- República parlamentarista.
Divisão administrativa: 6 governadorias.
Chefe de Estado: presidente Emile Lahoud (desde 1998).
Chefe de governo: primeiro-ministro Rafik Hariri (desde 2000).
Principais partidos: cristãos: Falangista, Frente Libanesa, Nacional Liberal; muçulmanos: Socialista Nacionalista Sírio, Socialista Progressista, Renascimento Árabe Socialista, Jihad Islâmica e Hezbollah (fundamentalistas). Legislativo: unicameral - Assembléia Nacional, com 128 membros (50% cristãos, 50% muçulmanos) eleitos por voto direto para mandato de 4 anos. Constituição em vigor: 1926.

Economia

A economia gira emtorno da moeda: libra libanesa; cotação para US$ 1: 1.501 (jul./2000). PIB: US$ 17,3 bilhões (1998).
PIB agropecuária: 12%; PIB indústria: 27%;
PIB serviços: 61% (1998).
Crescimento do PIB: 7,7% ao ano (1990-1998).
Renda per capita: US$ 3.560 (1998). Força de trabalho: 1 milhão (1998).
Agricultura: frutas cítricas, batata, tomate, tabaco.
Pecuária: caprinos, ovinos, bovinos, aves.
Pesca: 3,9 mil t (1997).
Mineração: linhito, minério de ferro.
Indústria: alimentícia, refino de petróleo, têxtil, móveis, madeireira.
Exportações: US$ 716 milhões (1998).
Importações: US$ 7,1 bilhões (1998).
Parceiros comerciais: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, França, EUA, Síria, Itália, Alemanha, Suíça, Kuweit.

Defesa

Efetivo total: 55,1 mil (1998).
Gastos: US$ 563 milhões (1998).
Relações Exteriores
Organizações: Banco Mundial, FMI, ONU.
Embaixada: Tel. (061) 443-9837, fax (061) 443-8574, e-mail:emblibano@uol.com.br - Brasília, DF.
O PAÍS - Desde a Antiguidade, quando abrigou a civilização fenícia, o Líbano faz a ligação entre o Oriente e o Ocidente, em razão de sua localização, na costa leste do mar Mediterrâneo. Vários outros povos ocuparam o território e deixaram monumentos de grande valor arqueológico.

O mais importante deles é Baalbek, onde estão as maiores colunas romanas conhecidas e um templo bem preservado, dedicado ao deus Baco. O sítio localiza-se na fértil região do vale do Bekka, que concentra a produção agrícola.

As principais cidades do país, Beirute e Trípoli, ficam no litoral. A nação foi devastada pela longa guerra civil (1975-1990) entre cristãos e muçulmanos - cuja delicada convivência, no decorrer da história, evoluiu para um confronto aberto com o início do conflito árabe-israelense e a chegada de milhares de refugiados palestinos.

Tropas de Israel, que ocupam uma faixa de 20 km no sul do país a partir de 1982, retiram-se em maio de 2000, depois do fracasso do confronto com a milícia xiita Hezbollah. O Exército da Síria está presente no restante do território.

A reconstrução do país vem sendo feita lentamente com a ajuda ocidental, destacando-se a capital, Beirute, que começa a retomar o papel de importante centro turístico e financeiro no Oriente Médio . O PIB cresce, em média, 7,7% ao ano entre 1990 e 1998, uma das maiores taxas do mundo.

História

O Líbano é o histórico berço dos fenícios, cuja cultura floresceu por mais de 2 mil anos, a partir de 2700 a.C. Invadido por muitos povos (hititas, egípcios e persas), o território é conquistado por Alexandre, o Grande em 332 a.C., ficando sob domínio grego até 63 a.C., quando se torna província romana. Em 395 passa a fazer parte do Império Bizantino.

Os árabes muçulmanos anexam a região entre 636 e 705. Apoiados no setor cristão maronita da população, os cruzados tomam o país no final do século XI, lá permanecendo até ser expulsos pelos mamelucos (muçulmanos), em 1291. Sob o comando de Selim I, o Império Turco-Otomano incorpora o Líbano em 1516. Transformado em emirado sujeito ao domínio turco, conhece, entre 1590 e 1633, novo período de apogeu sob o governo do grão-emir Fakhr ad-Din II, que concede igualdade a cristãos maronitas e drusos (muçulmanos).

Sua crescente independência, porém, leva-o a um choque com o poder otomano, no qual é derrotado e executado.Controle francês - Durante o domínio turco, crescem os conflitos entre drusos e cristãos maronitas. Em 1858, camponeses maronitas são massacrados em rebelião contra o sistema feudal.

A França aumenta sua influência na região. Após a derrota dos turcos na I Guerra Mundial, o Líbano fica sob mandato francês. A Constituição de 1926, patrocinada pela França, torna o país uma República parlamentarista, estabelecendo-se que o presidente seria sempre um cristão maronita e o primeiro-ministro, um muçulmano sunita.

Durante a II Guerra Mundial, em 1941, a França concede independência ao Líbano. A autonomia plena para o novo Estado é permitida em 1944, mas as tropas francesas só abandonam o país em 1947. Nos anos seguintes, o Líbano recebe 170 mil refugiados palestinos depois da derrota dos Exércitos árabes, entre os quais o libanês, na guerra de criação do Estado de Israel (1948-1949).

Na década de 50, a Guerra Fria entre EUA e União Soviética (URSS) reflete-se na política interna libanesa e soma-se a antigas diferenças étnicas e religiosas. Insurreições muçulmanas contra o presidente maronita Camille Chamoun (pró-EUA) eclodem em 1958, com inspiração nos regimes nacionalistas pró-soviéticos da Síria e do Egito.

Tropas dos EUA desembarcam no país e provocam imediato protesto soviético. A crise é contornada com a substituição de Chamoun e a retirada norte-americana.Guerra civil - Nova derrota árabe na Guerra dos Seis Dias para Israel, em 1967, e o massacre dos palestinos na Jordânia durante o Setembro Negro, em 1970, fazem aumentar para mais de 300 mil o número de refugiados palestinos no Líbano.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) estabelece seu quartel-general em Beirute e da fronteira libanesa começa a atacar Israel. A presença da OLP rompe o frágil equilíbrio entre as forças políticas no Líbano.

Os palestinos são apoiados pelos setores de esquerda, por muçulmanos e nacionalistas, e hostilizados pelos conservadores e pela minoria cristã. Em abril de 1975, as tensões explodem numa guerra civil que opõe uma coalizão druso-muçulmana (aliada dos palestinos) a uma aliança maronita cristã de direita.

O Exército libanês fragmenta-se em facções rivais, e o governo praticamente deixa de funcionar. Em 1976, diante da iminente vitória do bloco esquerdista, a Síria invade o país, unindo-se inicialmente a Israel no apoio aos cristãos.

Durante o conflito, os sírios trocam de aliados várias vezes e passam a dominar o território e as instituições libanesas. A luta leva à desagregação da sociedade libanesa em milícias armadas e enclaves étnico-religiosos.

Invasão israelense - Em junho de 1982, com o suporte das milícias cristãs, Israel invade o Líbano e chega até Beirute com o propósito declarado de aniquilar as forças palestinas. Após dois meses de intensos bombardeios israelenses, negocia-se a saída da OLP de Beirute, ocorrida no ano seguinte.

Em 16 de setembro, com permissão israelense, milícias cristãs libanesas invadem os campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, em Beirute, massacrando mais de mil civis, em retaliação pelo assassinato, dois dias antes, do presidente cristão Bachir Gemayel. Israel retira suas tropas para a "zona de segurança", faixa de 20 km ao longo da fronteira sul do Líbano.

Os israelenses também formam o Exército do Sul do Líbano (ESL), composto principalmente por cristãos.Acordo de paz - Em 1985, sob patrocínio sírio, as três principais facções militares libanesas - a milícia drusa, a Amal (xiita) e a Falange (cristã) - assinam, em Damasco, um acordo de cessar-fogo.

O pacto é boicotado pelo Hezbollah (força xiita apoiada pelo Irã), pela Murabitun (milícia muçulmana sunita) e por setores da comunidade cristã. Em outubro de 1989, a Assembléia Nacional Libanesa, reunida na Arábia Saudita, aprova o tratado de paz. Ele determina o desarmamento das milícias e a participação no governo, em pé de igualdade, de cristãos (Presidência), muçulmanos sunitas (chefia de governo) e muçulmanos xiitas (presidência do Parlamento).

Hegemonia síria - O general cristão Michel Aoun rejeita o acordo de At Ta'if e autoproclama-se presidente da República. Os combates terminam em outubro de 1990, quando bombardeios sírios destroem o quartel-general de Aoun e forçam-no a exilar-se na França. A Síria consolida seu domínio sobre o Líbano, mantendo 35 mil soldados no país.

Todas as milícias são desarmadas, menos as que atuam na região sul libanesa - sobretudo o Hezbollah, que continua a combater as tropas israelenses com o respaldo sírio. Em 1993, o mandato do presidente Elias Hrawi - eleito em 1989 - é prorrogado diante da dificuldade de encontrar um candidato aceitável para cristãos, muçulmanos e Síria. Hrawi prossegue no poder até 1998, dividindo o governo com o primeiro-ministro Rafik Hariri, nomeado em 1992.

Conflito com Israel - A partir de 1995, multiplicam-se os atentados do Hezbollah contra tropas israelenses e contra o norte de Israel. Este responde com ataques aéreos e de artilharia que alcançam maior intensidade em abril de 1996, durante a operação Vinhas da Ira. Os bombardeios matam 170 civis, a maioria refugiados de um campo da ONU em Qana.

Eleições - O Parlamento elege, em outubro de 1998, o novo presidente do país, o comandante do Exército, Émile Lahoud. Com apoio da Síria, uma reforma constitucional reforça os poderes do presidente. A medida leva à demissão do premiê Hariri, substituído por Selim el-Hoss em dezembro.


Fatos recentes - O gabinete israelense aprova por unanimidade a retirada de suas tropas do sul do Líbano, em março de 2000, mesmo sem um acordo de paz definitivo com a Síria. O Hezbollah intensifica seus ataques nos meses seguintes. No dia 24 de maio, o último soldado israelense deixa o Líbano. Temendo retaliações da milícia xiita, cerca de seis mil integrantes do ESL e seus familiares também deixam a região.

Em festa, mais de 250 mil civis, acompanhados por guerrilheiros do Hezbollah, ocupam o sul do país. Em 26 de maio, o líder da milícia, sheik Hasan Nasrallah, garante que não haverá represálias contra a população cristã. O governo libanês expulsa combatentes drusos, comunistas e nacionalistas das aldeias de maioria cristã, para evitar vinganças.

O Líbano continua, porém, reivindicando uma área de 25 km², conhecida como fazendas de Shabaa, que Israel anexa desde 1967 junto ao Monte Hermon, na fronteira com a Síria. Cerca de 1,2 mil ativistas do Hezbollah e 900 israelenses, além de milhares de civis, morreram durante mais de duas décadas de ocupação no sul do Líbano.

Partidos muçulmanos e não religiosos de oposição, apoiados pelo ex-primeiro-ministro Rafik Hariri (principal promotorda reconstrução do país após a guerra), saem vitoriosos nas eleições parlamentares de setembro. O presidente Émile Lahoud, adversário de Hariri, o convoca para chefiar o novo gabinete.

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