domingo, 19 de julho de 2009

20 Anos depois, como os fatos vem sendo tratados pela imprensa?


Tristeza por ver essa revista ceder à tentação de descer ao sensacionalismo, para me sentenciar à morte em troca de venda de alguns exemplares a mais(...) Mesmo não sendo jornalista, entendo que a afirmação de que sou agonizante devia estar fundamentada em declarações dos médicos que me assistem, únicos, segundo entendo, a conhecerem meu estado clínico e, portanto, em condições de se manifestarem a respeito. A Veja não cumpriu esse dever e, com arrogância, assume o papel de juiz do meu destino. Esta é a razão da minha revolta.

Declaração de Cazuza logo após ter sido alvo da Revista Veja do dia 26 de abril de 1989. edição de número 1.077. Por se tratar de uma revolta muito particular sobre a matéria “CAZUZA, UMA VITIMA DA AIDES AGONIZA EM PRAÇA PÚBLICA – da página 80 a 87. A matéria foi considerada a vergonha nacional do jornalismo praticado sem escrúplo e profissionalismo. A jornalista Ângela Abreu depois de sofrer duras críticas pediu demissão logo após a matéria em contrapartida a Revista Veja se retratou e não admitiu ser censura por tal atitude e sim justificou que foi fiel aos fatos como foi com outros casos.

Através dessa matéria em especial, percebe-se que os meios de comunicação têm emergência do novo em períodos curtos. Nem sempre trabalha a questão da moral social sobre a sua moral de exercícios. Públicos e fontes. Enfrentam conjuntos de problemas entre interesse público e interesse privado e a liberdade de informação e os códigos. São ambíguos e contraditórios. Como aconteceu na revista Veja, nota-se que os meios de comunicação se defrontam, cotidianamente, com pessoas, grupos, autoridades, personalidades famosas que querem alterar o conteúdo e as informações.


Desde que imprensa é imprensa discute-se a liberdade de expressão, discute-se limites entre o profissional de comunicação e a sociedade. No passado vivemos uma época de extrema ditadura militar onde o direito de falar e fazer era policiado o tempo todo. Mas os tempos passaram e foram se conquistando o direito e de ir vir e principalmente o direito de expressar sentimentos, opiniões entre outras manifestações antes impossíveis de serem ditas ou escritas.

Porém muitos ainda não se adaptaram as regras básicas da ética, que nada mais é respeitar o outro enquanto que ser humano. Temos deparado com inúmeros meios de comunicação que fazem da notícia um verdadeiro mercado de livre negociação.

A notícia deixou de ser verdade para ser o ganha pão de muitos que dizem ser da imprensa. Temos deparados com pessoas dia após dia sendo alvo de críticas e de denúncias na mídia falada, escrita, digitalizada e televisionada. Muitos casos têm sido verídico e solucionados, enquanto que outros têm sido alvo mero de vendas para a sobrevivência dessa imprensa marrom.

Fatos como do Colégio Base é a maior vergonha exposta pela imprensa brasileira, onde denegrir a imagem de seres humanos tem sido algo quase que corriqueiro e sem a mínima responsabilidade de retratação por tais profissionais que foram envolvidos.

A lei diz que o jornalista em exercício tem como dever procurar ouvir as partes envolvidas em determinada denúncia. Mas isso não tem acontecido de fato. Nota-se que não há nenhuma insistência por parte desses profissionais em procurar a verdade que tanto se discuti nas academias de ensino superior.

Hoje percebe-se que há uma velocidade para saber quem vai dar o furo primeiro e esquecem de avaliar, a trajetória de vidas envolvidas. A busca pelo resultado do imediato tem sido considerado por grandes pensadores como a maior irresponsabilidade de pessoas que dizem ser formadores de opinião. E mais uma vez deparamos com uma irresponsabilidade dos meios de comunicação para com o público grande interessado nessa verdade e compromisso com a notícia.

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