quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Analisando O vício e a virtude de Paul Johnson


Paul Johnson é um pensador liberal contemporanêo, historiador, ensaista e jornalista, autor de artigos na revista britânica Spectator, em seu mais recente trabalho O Vício e a Virtude, ele propõe uma análise sobre uma grade de erros no jornalismo atual.



Paul cita os sete pecados capitais publicados por exemplo no Jornal da Tarde de 24 de março de 1993, onde começa pela a distorção, deliberada ou invertida da notícia, o culto das falsas imagens, a invasão da privacidade alheia sem base no interesse público, o assassinato de reputação do indivíduo, a superexploração do sexo, o envenenamento das mentes das crianças e o abuso de poder existente dentro de grandes redações.



Mas Paul vai além quando aborda os 12 mandamentos mais comuns onde a sociedade se queixa diariamente, desde quando o jornalista apresenta um suspeita como culpado, ao vasculhamento da vida privada das pessoas, com detalhes insignificantes onde determinadas personalidades e autoridades são descreditadas. Paul destaca a forma de construir uma história falsa, seja em apoio a versões oficiais, seja para justificar uma suspeita, afim somente de publicar o provisório para obter o furo da notícia.



Destaca-se também o senssacionalismo, onde muitos são capazes de filmar ou transmitir um suícidio ao vivo, a expor pessoas para provar um flagrante, aceitar a chantagem de terroristas, ou - o - maquiar uma entrevista coletiva ou exclusiva, o incitar (discórdia, buscar a polêmica, jogar na realidade um contra os outros), comprar ou roubar documentos, gravar algo à revelia, instalar microfones escondidos e omitir que se é jornalista para obter informações. Essas são as classificações tópicas de juízos de valores que ele acrescenta em seu trabalho.



Mas Paul Johnson também comete seus erros, quando por exemplo em 1999, escreveu um artigo em defesa do general Pinochet, época de seu exilado na Inglaterra, aguardando sua extradição para a Espanha para ser julgado contra a humanidade. Ele dizia naquele tempo em seu artigo, que aquilo nada mais era do que uma perseguição difamatória.


Este artigo foi publicado no Jornal O Estado de S.Paulo, em 7 de fevereiro, cujo título era "All the lies it's safe to print" , (Todas as mentiras que se podem publicar com segurança), ou seja; de algoz, Johnson tornou-se Pinochet em vítima.


Paul Johnson defendeu Pinochet, ou seja, generalizou e isso no jornalismo é "erro à informação (vício), reduziu suas idéias por uma ideologia que ele quiz justificar que culpada era a máquina da propaganda. "Erro". Simplesmente erro, outro (vício) redacional, afinal; Quem comenta? Quem garante? Isso, é desinformação; é necessário usar nomes.


Por isso "cautela" é a palavra correta de qualquer código de ética inclusive (do jornalismo). É o que nos faz lembrar de Marcelo leite, quando este critica a retranca, alertando o jornalista ao offismo, o vaga mentismo. Para ele retranca é importante, mas é subdivisão. Obsessiva de uma única história. É egocentrismo jornalístico (ego, corpo e consumo da notícia). O contrário de Marcondes Filho, outro autor importante que faz uma análise, porém tira a França como seu campo de pesquisa, e mostra os vícios vistos de fora das redações.



Portanto, o jornalista não está eticamente autorizado a se valer de recursos que estejam fora desse campo. Ele deve agir como profissional comum, resguardando, porém, somente sua fonte. Ele pode fazer tudo que lhe é tolerado socialmente à luz do dia. Ele não é obrigado a revelar sua fonte. E se este tiver acesso a documentos, ele passa a ser fonte dele mesmo.


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