sábado, 3 de janeiro de 2009

A Internet e o novo papel do jornalismo



Análise Geral: Inês Mendes Moreira Aroso


De acordo com Maria Teresa Sandoval Martín (2000) defende que a Internet não só está mudando os modos de acesso à informação pelos utilizadores, o modelo de comunicação tradicional, a economia mundial e as empresas de comunicação, mas também o perfil do jornalista. De acordo com Pavlik (2001), jornalista é mais do que um contador de fatos, intérprete dos acontecimentos, os jornalistas on-line terão um papel central na ligação entre as comunidades.



A mudança começa na própria formação dos novos profissionais do jornalismo, de acordo com Arturo Merayo Pérez (1997), passará pela capacidade multimídia: a verdadeira especialidade dos futuros profissionais da informação será a capacidade de trabalho em todos eles, selecionando e interpretando informação com a suficiente criatividade para dispor agradavelmente essa informação. Doug Millison (1999) adianta ainda: "Os jornalistas on-line devem aprender algumas ferramentas básicas da Web: como usar a Internet para pesquisar informação, programação básica de HTML para saberem construir páginas Web, produção digital de áudio e vídeo e técnicas de programação na Web relacionadas, para adicionar elementos multimídia ao texto jornalístico. Mas de adordo com Concha Edo em (2000)ele aborda as competências multimídia do jornalísta on-line como fornecedores de conteúdos, tanto para jornais, como para rádio, televisão e Internet. Carl Sessions Stepp (1996) afiança: Capacidade e versabilidade definem os membros desta nova espécie. Eles podem pensar e trabalhar ao longo do amplo campo de ação da imprensa, da televisão e até das novas tecnologias de um jornalista na era da Internet. Pessoas com uma mistura de apetidões tradicionais e futuristas, que conseguem trabalhar com imaginação tanto textos como fotos, áudio e vídeo. O jornalista online acaba por ser um jornalista multimídia. Christopher Harper (1998),exemplifica:" Na edição eletrônica, o repórter leva consigo uma caneta, um bloco de notas, um gravador de áudio, uma máquina fotográfica digital e por vezes uma câmera de filmar de uso doméstico".



Eric Meyer (2001) contrapõe dois tipos de competências: tecnológica e a profissional, dando mais ênfase à tecnológica: "Os conhecimentos técnicos são importantes. No entanto, mais importante é uma compreensão sólida de como procurar informação significativa, organizá-la de modo eficiente e apresentá-la de forma a que a audiência a aprecie". Lasica (1997) relativas às aptidões do jornalista onine devem ter as mesmas competências que os dos outros media: boas técnicas de entrevistas, capacidades sólidas de pesquisas, tenacidades, velocidade, rigor, flexibilidade e uma escrita atrativa". E acrescenta: " Aprender o que é que funciona na Internet. Ter uma paixão pelo jornalismo online, aprender as ferramentas do novo meio, desenvolver um conjunto versátil de capacidades, estudar HTML e Web Design, estar a par dos desenvolvimentos".



Quanto a Furio Colombo (1998) descreve as competências necessárias ao novo jornalista: necessitarão de sentido moral, aliado a uma astúcia técnica cada vez mais apurada. Por outro lado Leah Gentry (1998) apresenta certas regras básicas para o jornalista num meio online, a pesquisa e a edição devem ser sólidas, os fatos têm que ser verificados.



Lizy Zamora (2001) faz a seguinte enunciação das características e atitudes deste novo jornalista, resumindo todas as atrás descritas: "O jornalista não deve ser o profissional de um só meio de comunicação; deverá ter uma grande habilidade, inteligência e capacidade de seleção para procurar e encontrar a informação que necessita, fortalecer os princípios éticos e deontológicos; resumirá à audiência o mais importante do momento; deverá ter preparação em Ciências da Informação como em cultura geral".



O fim do jornalista?



Lasica observa que o atual profissional de jornalismo é posto como a causa da Internet, ele tem potencial de reformular o seu conteúdo. De acordo com Helder Bastos em 2000 ele defendeu que o jornalismo terá todas as condições para ser reiventado, em vez de, como proclamam ser eliminado, na verdade ele quer questionar a voga (aceitação, a divulgação, popularidade), do fim do jornalista como GATEKEEPER (a pessoa que toma a decisão sobre o que vai ser apresentado para o grande público). Jim Hall em 2001 anunciou que a partir do momento em que os leitores se tornam os seus próprio contadores de histórias, o papel de gatekeeper passa, em grande parte, do jornalista para eles".



Doug Millison em 1999, defende que uma edição e filtragem de informação de confiança e com qualidade torna-se ainda mais importante na Internet. No caso de Herbert, em 2000 ele lembra que há mudanças: Em vez de encontrar ou descobrir essa informação, a tarefa agora é selecionar, a informação mais importante. Neste sentido, Ricardo Jorge e Jorge Pedro Sousa em 1998 atentam: o jornalista perdeu o monopólio do jogo informativo. Sua função de filtro de informação ficou agora condicionada pela entrada em cena de mecanismos de divulgação comunicativa ao acesso de todos". Futuramente o jornalista vai filtrar a informação na Net. Aliás, Sylvia Moretzsohn em 2000 refere a uma revalorização da mediação no jornalismo.



O ponto de partida, portanto, é a recuperação do papel do jornalista como mediador". Jane Singer em 1998 atenta para o fato do próprio conceito de gatekeeper estar a mudar e a adaptar-se à nova realidade, mas não a desaparecer: na redação por exemplo essa definição de gatekeeper, passa pelo o controle de qualidade e significado, pois os jornalistas vêem -se mais como intérpretes do que como guardiões da informação e que esta é a sua principal função. Enfim, como ressalta katherine Fulton em 2000, o jornalismo e os jornalistas não vão desaparecer. Eles terão novas funções, tais como facilitar boas conversações online, organizar arquivos e agregar e reformular informação recolhida através de muitas fontes". O jornalista será sempre um intérprete dos acontecimentos, será algo cada vez mais valorizado, pois ele é mais preparado para atender o público. Lizy Zamora em 2001 assevera: O trabalho do jornalista será muito importante nesta nova era. Será o responsável por hierarquizar(distribuir), organizar e apresentar a informação que interesse a cada pessoa segundo as suas necessidades. Em1997 Juan Antônio Giner expôs sua opinião com relação ao meios como restaurantes: a diferença entre eles não radica na decoração que dominam a arte de elaborar a informação". Por outro lado,segundo outros autores, os jornalistas são necessários para dar credibilidade à informação. Roger Fidler em 1998 admitiu que na era da comunicação digital, as características mais valorizadas dos meios do futuro seriam a sua credibilidade e os seus laços com as comunidades que servem.



Anabela Gradim declarou em 2000, que o maior capital de um jornal, e o único do jornalista, é o seu brand name, uma reputação profissional impoluta ( não poluída, imaculada) a credibilidade junto dos leitores e a confiança conquistada ao longo dos anos. Márcia Perencin Tondato em 1997 corrobora (confirma): Espera-se que, como um supermercado, a origem da informação, a marca, seja um parâmetro no qual o usuário poderia confiar ao selecionar as suas consultas. Doug Millison em 1999 acreditava que mais do que nunca, seria preciso ter jornalistas profissionais para construir a credibilidade dos jornais online.

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