sábado, 3 de janeiro de 2009

Os efeitos de 11 de setembro e Obama a presidência dos EUA



Desinteresse, autoritarismo, fanatismo marcam uma história, tudo em nome do poder e de Alá e um negro na disputa da presidência americana em pleno século XXI



Sempre me pego a pensar nas coisas ao meu redor. Hoje por exemplo, eu proponho a você amigo internauta nesta página uma retrospectiva sobre o 11 de setembro, uma história de dor e arrogância. Talvez você venha a questionar essa minha tão súbita lembrança. Mais é importante sim lembrarmos de uma data que para muitas pessoas vão ficar marcada. Pessoas que sofreram e perceberam até que ponto o ser humano é capaz de levar a sua loucura afim de destruir ou mesmo de provar seu poder. E por se tratar de 2008, ano crucial de decisões para os norte-americanos na escolha de seu presidente. É bom lembrarmos das divergências com os mais tradicionais aliados e ampla expansão de antagonismos com países fora de sua área de influência. Depois de eleito George W. Bush tornou-se alvo de críticas pelo desconhecimento de normas de procedimento diplomático e pelo uso de uma linguagem cínica e grosseira.


O desinteresse pela questão do meio ambiente e a não assinatura do Protocolo de Kyoto, sobre o aquecimento terrestre, não receberam dele o tratamento que se esperava. Questionado sobre o fato de os Estados Unidos, com apenas cinco por cento da população mundial, produzirem metade da poluição mundial, respondeu: "Se necessário, poluiria a outra metade para manter nossas indústrias em expansão".


Tal atitude sensibilizou os países europeus. A Europa foi a primeira grande vítima da poluição industrial; é considerada um continente superpovoado e foi lá que desencadeou a primeira revolução industrial. Por isso é uma obrigação americana manter um bom nível de convivência com todos os países que assinaram o protocolo já que esta cresce dia após dia e por tanto deve mostrar bons exemplos.A arrogância do atual presidente americano é tão grande que não parou por aí, diversas vezes identificou o Irã, a Coréia do Norte e o Iraque como o "eixo do mal", sua alegação é porque os governos desses países apóiam e protege grupos terroristas islâmicos.



Hoje existe uma pressão para antecipar a criação da ALCA (Associação de Livre Comércio das Américas) tem gerado atritos diplomáticos com o Brasil. A retomada da idéia de criação de um escudo anti-mísseis e a incorporação à OTAN ( Organização do Tratado do Atlântico Norte) de países do Leste europeu criam atritos com a Rússia.



A política relativa aos direitos humanos e à pena de morte sensibiliza os governantes da China. O absoluto apoio a Israel fere os sentimentos dos mundos islâmicos, que se sente humilhado. E foi por causa dessa humilhação que provocou, parte de um grupo fundamentalista, com base no Afeganistão o mais espantoso atentado terrorista até hoje registrado na história.



Fim de verão, início de outono, céu azul, sem nuvens e uma brisa suave soprando naquele dia 11 de setembro de 2001, mais foi naquele dia que Nova York foi invadida por quatro aviões seqüestrados e 19 terroristas dispostos a morrer. Números que bastaram para mergulhar os Estados Unidos no horror jamais previsto na história. E pensar que foi há exatos oito meses depois da chegada de George W. Bush à Casa Branca que tudo começou.



Naquele dia em Washington, por exemplo, o alvo não era militar, mas um dos seus maiores símbolos econômico – financeiros. Dois Boeing 767, com 92 e 65 pessoas a bordo, foram lançados contra o Word Trade Center com 17 minutos de intervalo (8h46 o primeiro e 9h03 o segundo, horas locais) contra os edifícios mais altos de Nova York, cartão postal de uma cidade cobiçada pelo mundo todo.


E foi Osama Bin Laden chefe da organização terrorista AL Qaeda e representado por seus fieis militantes (terroristas) que seqüestraram aviões comerciais para atacar a grande potência mundial. O aliado de ontem havia se transformado no mais mortal inimigo de hoje (daquele dia especificamente), treinado e aparelhado pelos próprios americanos quando lutava contra a invasão e ocupação soviética do Afeganistão.



Foi naquele dia 11 de setembro que foram lançados contra as torres gêmeas às 9h43, em Washington, a capital do país, um Boeing 757 com 64 passageiros e tripulantes se lançou de encontro ao Pentágono, sede do Departamento da Defesa, e, 30 minutos mais tarde, no Boeing 757, com 44 pessoas, que em um campo perto de Pittsburgh, a 300 quilômetros de Washington, os passageiros enfrentaram os seqüestradores, que tentavam levar o avião para a capital e lançá-lo sobre o Capitólio.


Primeiro atentado



Aos 45 minutos do primeiro atentado Bush direto da Florida, em visita a uma escola falou a nação "Trata-se, aparentemente, de um atentado terrorista", declarou aos norte-americanos. E a partir daí o pânico tornou-se palavra de ordem daquele país.


Aeroportos foram fechados, o vice presidente Dick Cheney vigiado por agentes de segurança no sub-solo da Casa Branca e como única fonte de informação a televisão foi o meio de comunicação ativo para o mundo, e as Equipes de socorro, ganharam espaço para entrar na força tarefa.



Segundo atentado


Mas como são relatados em filmes americanos o preparo para os atentado, dessa vez a vida imita a arte preparando uma cilada, e às 10h05, a Torre Sul, a segunda a ser atacada desabou em uma chuva de fogo e poeira e à exatos 23 minutos o prédio veio ao chão tirando toda a esperança de um final feliz nessa história.



Ás 11h30, uma hora depois da segunda torre despencar, o capitão Daniel Daly de 54 anos idade e 24 no Corpo de Bombeiro chegou ao World Trade Center, permanecendo por lá dois meses em uma das cenas mais fantasmagórica. As pessoas sangravam, corriam desesperadas, cobertas por uma camada grossa de poeira tóxica. De repente Daniel esbarrou em um amigo, bombeiro também, que tinha escapado quando a torre ruiu. Andava perdido, com as mãos na cabeça, dizendo: "Perdi todos os meus homens, preciso encontra-los". Oito horas depois Daly encontrou com ele de novo, em péssimo estado mental, repetindo a mesma coisa de antes: " Vou achar os meus homens". Já naquela altura, estavam todos mortos.



O que mais chocou o capitão foi ficar dois meses inteiros escavando os destroços dos prédios, com a equipe formada por seis pessoas. Passando semanas sem encontrar um pedaço de vidro, de cimento, porque tudo havia sido pulverizado. "No início, tinha a esperança de achar sobreviventes. Só encontrei mortos. Três deles com o corpo intacto. Os outros, uns cinqüenta, estavam aos pedaços. De tão pequenos nem se equilibravam nas macas. Foram colocados em baldes e assim seguiam para o necrotério para passar pelo exame de DNA. Um dia, vi a mão de uma mulher no meio da sujeira. Ela usava uma aliança, devia ter marido, talvez filhos. Aquilo era tão real, tão assustadoramente real, que nunca vou conseguir a apagar da memória".



Para resgatar os corpos houve muitas dificuldades. Os destroços formavam uma pilha que dava dez andares de altura. Alguns bombeiros se cortaram profundamente, outros ficaram com os olhos irritados com a poeira, um grupo chegou a se perder durante algumas horas, mas foi resgatado. O medo o tempo todo prevalecia entre a equipe de bombeiros, existia a possibilidade de um colapso secundário e que tudo ruísse. Não aconteceu para alívio do bombeiro Daniel. "E o cheiro era horripilante: uma mistura de curto-circuito com carne humana queimada. Chegava em casa e tinha de tomar três banhos para me livrar dele", acrescentou Daly.


Depois do dia 11 de setembro de 2001, muitos soldados vão se aposentar. Uns 2000 bombeiros de Nova York estão antecipando a aposentadoria porque não conseguiram se recuperar dos estragos físicos ou psicológicos desse dia de terror. A cidade têm 11 000 bombeiros. Para quem vive em outro país, ou fora de Nova York mesmo, dá para ter um distanciamento. Muitos bombeiros estão fazendo terapia porque não conseguiram lidar com a brutalidade sozinhos. "Eu próprio vou procurar ajuda" disse Daniel Daly a repórter Mônica Weinberg, da revista Veja, no dia 11/09/2002, um ano após a tragédia.



Não houve um dia em que o capitão Daniel Daly não tenha sabido de um amigo morto. "Perdi meu melhor amigo, o Steve. Na minha profissão, a morte sempre esteve por perto. Em outras situações, pensei: Escapei por pouco". Morrem em média seis bombeiros por ano em Nova York. Nas torres gêmeas desapareceram 343, uma enormidade. E muitos deles tinham reputação de homens de aço, invencíveis. Esses sumiram na poeira junto com os outros novatos. "Para mim ficou a lição de que sou frágil, de que a vida é frágil demais".



Em Nova York os bombeiros viraram celebridades. Quando alguém está de farda, as pessoas me param na rua, querem tirar foto. Até estão vendendo um boneco vestido de bombeiro como suvenir. "Mas o que antes era para mim um plano para o futuro de afastar do Corpo de Bombeiros. Agora vou aposentar até o final do ano". Para o capitão é preciso tomar essa decisão agora, porque já não dá para dormir direito, ele se tornou uma pessoa muito irritada, e um pouco depressivo. "Preciso de trégua. Vou pegar um barco e passar um ano velejando no Caribe".



As primeiras estimativas da tragédia foram 6 mil mortos, oficialmente o número parou em 2.919 norte- americanos e estrangeiros, aproximadamente 25 mil pessoas trabalhavam nas torres de 220 andares naquele dia que só o céu era azul mas a terra era cinza e jorrava sangue em meio aos destroços da zona sul de Manhattan que foi enterrada.


Eu estava lá



"Enquanto caminhava, eu tentava pensar em outra coisa que não fossem as milhares de pessoas que eu sempre via circulando pela área do WTC. Eu morava perto. Conhecia os tipos. Eram garçons, secretárias, vendedores ambulantes, advogados, engraxates, estagiários, balconistas, executivos, chefes e ajudantes de cozinha, motoristas, madames, comerciantes, estudantes matando aula, funcionários públicos, sacoleiras, turistas. Três mil mulheres e homens, um número jamais contado de crianças que ainda estavam no ventre de suas mães, centenas de escritórios, bilhões, trilhões de sonhos, vidas e objetos estariam para sempre soterrados", relembra Edney Silvestre no Almanaque Fantástico 2005.



Em outubro de 2001, iniciou-se uma ofensiva militar contra o regime do Taliban e contra a rede terrorista AL Qaeda, prisões em massa de guerrilheiros do Taliban, presos em gaiolas na base militar de Guantánamo, em Cuba, a procura por Bin Laden, medidas severas de segurança nos EUA, cerceando muitos direitos constitucionais, pressão sobre muçulmanos americanos, tudo sob forte apoio da mídia.



Mais uma vez o presidente americano entra em cena munido de sua arrogância de chefe da nação e diz no dia 20/9/2001, "Cada nação, cada religião, tem de tomar uma decisão agora, ou estão conosco, ou estão com os terroristas".



Por outro lado com a derrubada da melícia fundamentalista melhorou a vida dos afegãos sob alguns aspectos. Os homens não são mais obrigados a deixar a barba crescer, a música nas rádios foi liberada e as mulheres receberam permissão para freqüentar escolas e trabalhar. Ainda hoje a maior parte da população continua submetida à miséria, dificuldade que não será superada de imediato e tão cedo e isso não interessa nenhum pouco aos norte-americanos e ao resto do mundo. Tudo porque segundo a visão americana, alguns países estariam abrigando terroristas ou produzindo armas de destruição em massa, como armas nucleares e químicas.


Mudança na visão árabes



CAIRO – A guerra declarada pelos Estados Unidos ao terrorismo e seus métodos para levá-la adiante contribuíram, junto com o apoio de Washington a Israel, para um questionamento da imagem dos norte-americano entre os árabes e os muçulmanos. Que se agravou quando Bush declarou derrubar Saddam Hussein, no Iraque. Ameaça feita, ameaça cumprida.



Logo depois dos atentados, a imprensa e os dirigentes árabes acusaram os EUA, e o Ocidente em geral, de misturar Islã e terrorismo, satanizando a religião muçulmana. Para os árabes, as detenções e os controles reforçados nas fronteiras americanas, entre outras medidas, se baseiam até hoje no aspecto físico das pessoas, disse o secretário - geral da Liga Árabe na época, Amer Mussa. Para ele as medidas sempre serão encaradas discriminatórias para os cidadãos de países do Oriente Médio.



O que o secretário de justiça americana, John Ashcroft, não esteve em momento algum preocupado, no momento exato acabou anunciando a implementação, a partir do outono (boreal), de um sistema de controle dos estrangeiros que representam "um risco elevado para a segurança dos EUA".



Apesar de Washington se congratular com a boa cooperação de seus aliados árabes na luta antiterrorista, a imprensa desses países, que com freqüência é controlada pelas autoridades, não cessaram as criticas a política americana em tom semelhante aos das posições "radicais" do campo árabe, Iraque ou Síria.



O principal motivo das críticas foi o apoio incondicional de Washington ao primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, chamado de "carniceiro" do povo palestino. O jornal AL Akhbar do Egito denunciou, em agosto de 2001, a "histeria americana" ao referir-se à decisão do presidente Bush de privar o governo do Cairo de ajuda financeira suplementar, em protesto contra a prisão de um militante dos direitos humanos egípcio-americano, Saad Eddin Ibrahim.



O projeto americano de derrotar pela força o presidente iraquiano Saddam Hussein, acusado de produzir armas de destruição em massa, também foi condenado pelos dirigentes árabes. A imprensa o denunciou como um "capricho" americano, enquanto que o editorialista do diário governamental egípcio AL Ahram, Mohammed Sid Ahmed, esforçou-se para entender o comportamento "irracional" de Bush.



Os atentados de 11 de setembro foram para o presidente americano "uma humilhação pessoal que é necessário reparar", escreveu Mohammed. "Foi um Pearl Harbour, e os EUA acham que é necessário outras Hiroshima e Nagasaki" como resposta.



O dia 11 de setembro revela as pessoas, à uma nova geração, a existência de um mundo obscuro, fanático, agressivamente primitivo, vingativo e sedentos de sangue, baseado no fundamentalismo islâmico. E tudo contido em nome de Alá.


A era Obama


Anos se passaram. Estamos em 2008, período eleitoral para os americanos. Ano em que depois criticas e nomes anunciados de candidatos a presidência dos Estados Unidos, restaram somente dois nomes, duas cores; Obama e McCaim. Dois pesos e duas medidas. O negro e o branco. O preconceito e na opinião americana o ideal.



Mais uma vez os EUA, depara com mais um homem preparado para o mais duro combate na sua história. Dessa vez não se trata de Osama Bin Laden e nem tão pouco do já então enforcado Saddam Hussein pela justiça Bush, agora americanos de pele branca vão ter que engolir garganta a baixo Obama, negro, democrata, favorável ao aborto e contra a pena de morte e muçulmano. Cujo homem de tamanha força entre delegados das grandes cidades americanas apóiam a sua campanha e a sua eleição a presidência na Casa Branca que aliás, tamanho é o preconceito dos gringos que até a casa onde são tomadas as decisões não do país bem como do mundo que hoje depende da sua economia, faz questão de ser BRANCA. Preconceito, arrogância sim. Não há palavras para resumir tal comportamento. Sim; Casa Branca, que até nos filmes é administrada por homens brancos.



Afronto! Queda de uma história branca, suja. Sim suja, porque prega o preconceito que um dia foi bem representada no filme (Duelo de Titãs), Obama veio para esfregar na cara dos americanos a sua aceitação e não somente pelos negros, mas por uma parcela significativa de brancos que já estão cansados de viver de uma política que despreza valores e prega a perseguição.



Obama é de fato tudo aquilo que os americanos tem medo, tem preconceito e principalmente busca evitar no seu meio. Ele é a quebra de tabus e ao mesmo tempo a segurança e a esperança para muitos brancos, cansados de Bush e de um maluco chamado McCaim. Que não teve a competência de contratar uma boas assessoria de imprensa que pudesse orientá-lo para tantas gafes publicamente. Cafes que até quem o apóia repete amadoramente.



Obama goza de uma considerável assessoria, de uma família aparentemente sólida e determinada e sem contar que ele tem classe, tem determinação e simpatia entre outros países; a exemplo, do atual presidente da República Luís Inácio Lula da Silva, que torce pela a sua vitória no dia 4 de novembro de 2008.



America, país em que o desinteresse, o autoritarismo e o fanatismo marcam uma história, e tudo em nome do poder e de Alá. País que não se deve esquecer que seu maior adversário ainda está por vir, com um negro na disputa da presidência americana em pleno século XXI, com grandes chances de passar a residir na Casa Branca a partir de 2009.

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