sábado, 3 de janeiro de 2009

Relembrando Tempos Modernos de Charles Chaplin e a nova queda do dólar




Tempo é dinheiro; mesmo assim o filme Tempos Modernos retrata na década de 30, época da queda da bolsa de Nova York, (1929) com graves crises econômicas, política, alto número de desemprego, poucas oportunidades e muita fome, nitidamente um sistema que passa a predominar a história da futura potência mundial, o¨Capitalismo¨.



Charles Chaplin é o modelo do homem acomodado no tempo, e a sua atual situação equivale abrir mãos da liberdade de viver, em troca de um prato de comida e um teto para morar, referindo-se a uma cela prisional, onde este tem mais mordomias do que cobranças pela sua recuperação e assim tornando-se frágil a velocidade da máquina.


O relógio no filme Tempos Modernos simboliza a obsessão do lucro em tempo recorde, a disputa por um trabalho não é só o sonho de Chaplin , porém, este trabalho é árduo, repetitivo, cronometrado, sem a mínima especialização, organização, estabilidade, planejamento, falta de controle e com sérias seqüêlas psicológicas.



O capitalismo deixa claro desde a sua raíz que a exploração é para o proletariado e os lucros para o conforto da burguesia. O que nada difere dos tempos atuais. Queda da bolsa americana em 2008, é sem dúvida a queda da burguesia que nada faz mais que tudo tem.



O filme inicia mostrando ao fundo um grande relógio, o símbolo maior dos Tempos Modernos. Tempo é dinheiro e reside aí o espírito do capitalismo. Um passo á frente, temos um rebanho de gado (gente), correndo desesperado para o abatedouro (fábrica) e Chaplin não esconde sua visão da bestialidade humana. Gente que se submete a viver amontoada, sem propósito, como gado domesticado. Mais do que o Capitalismo, critica profundamente a sociedade Industrial, seu ritmo alucinante, a falta de qualidade de seus propósitos irracionais. Evidencia que a velocidade da máquina não pode ser a velocidade do ser humano, sob pena de não termos mais seres humanos, apenas bestas humanas.

O relógio, as pessoas caminhando como gado, já seriam elementos suficientes para analisarmos com mais consciência o sistema de vida proporcionado pela visão industrial-capitalista. Mas, ele aprofunda ainda mais nesta sua crítica ao abordar, com detalhes, a questão da Linha de Montagem e suas seqüêlas desastrosas na pisque humana. O esforço humano em trabalhar como um relógio, dentro de um sistema de repetição-mecânica.


Trata-se do último filme mudo de Chaplin. A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O filme focaliza a vida do homem na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica á modernidade do capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias subversivas.


No filme há a correria do homem em busca de seus objetivos, objetivos simples, como o de ter um prato de comida e uma casa humilde para morar.

Carlitos, personagem clássico focalizado na vida urbana como o homem depressivo pelo sistema; sistema Capitalista, numa época de descobrimento industrial , de força bruta, sem compatibilidade de personalidades, pressões que recaíam sobre eles também como: greves, conflitos interpessoais, rompimento de contratos, falta de material, queixas e reclamações.


Tempos Modernos retrata a idade moderna, o comércio era a principal fonte de riquezas da burguesia. Mas, a partir de meados do século XVIII, isso começou a mudar. Com os capitais acumulados e o crescimento do mercado consumidor, a burguesia passou a se preocupar também com a produção das mercadorias. Seu objetivo era produzir manufaturados em maior quantidade e com menor custo.


Mais devemos lembrar que os investimentos da burguesia propiciaram o aperfeiçoamento das técnicas e o desenvolvimento de máquinas capazes de fabricar milhares de produtos em pouco tempo. Isso modificou o modo de produção e as relações de trabalho, levando a uma das mais radicais transformações socioeconômicas da história da humanidade. Iniciava-se a Revolução Industrial e, com ela, consolidava-se o sistema capitalista.


Tempos Modernos de Charles Chaplin, retrata a consolidação do capitalismo industrial e suas conseqüências, á exploração do trabalhador, riscos para a saúde do trabalhador definindo conceitos de alienação e massificação.

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