Telejornalismo Capítulo I Profissão: repórter
O repórter é contador de histórias e nem sempre com final feliz. Na TV o lead está na cabeça do texto lido pelo apresentador para anunciar o VT e para abrir este VT o ideal é uma imagem ou declaração que venha causar impacto.
Ave Palavra - De acordo com Armando Nogueira ex- responsável pela Central Globo de Jornalismo, o conselho é aprender bem o português, folhear dicionários, gostar das palavras e fugir das “metidas à besta, como procrastinação”. O ideal é prender o telespectador já no início da matéria.
Entrevista - Estude o assunto, para quem não está acostumado a falar para a televisão o mais recomendado é chegar mais cego e tentar criar um clima mais descontraído.
Bom conselho - ao entrevistar um político ou um banqueiro, o repórter não deve limitar-se a recolher suas declarações. Aprenda a ler entrelinhas, a captar sinais, a entender o não dito. Desenvolva seu método de entrevistar arrancando o máximo de informação sem ser arrogante.
Segura aí - A “Entrada ao vivo”, fica a cargo da equipe que garante a qualidade na imagem e no som. O editor acerta o texto com o repórter e atualiza as informações enquanto o cinegrafista escolhe o melhor enquadramento,na passagem o repórter tem a chance de refazê-la na ilha de edição, o editor escolhe a melhor, ao vivo não há Segunda chance. Faça por escrito o seu texto para ler caso se perca. O segredo do “Ao vivo” é a “Calma”.
Mico no Vivo - Em 1993, o Jornal do SBT começou mostrando uma discussão entre os apresentadores Eliakim Araújo e Leila Cordeiro. Já Fernando Vanucci foi flagrado no estúdio do Esporte Espetacular mastigando biscoito. O ideal é chamar o repórter e prepará-lo para não surpreende-lo.
Vida de editor - o desgaste físico, mental e emocional imposto pela rotina dos telejornais. O editor é aquele que fica na retranca capaz de criticar o repórter e o cinegrafista, ele derruba o VT, se o material bruto estiver fraco ele não tenta salvar, ele detona. Ele é a ponte entre a redação e o repórter, organiza as informações e acompanha.
O Formato - na televisão, construir a matéria é como montar um quebra-cabeça. Para isso existe a passagem do repórter, o off, a “deixa” para introduzir a sonora (entrevista gravada). Passagem/Encerramento- Ela valoriza a reportagem, supri a falta de algumas imagens. Descreve com exatidão o acontecimento.
O fim da abertura - década de 1980, os repórteres faziam apenas aberturas ou encerramentos. A abertura foi abolida pelo então diretor da Rede Globo, José Bonifácio Sobrinho, foi aí que Woile Guimarães inventou a passagem.
Linha de morte - notícia, tem que ser dada. Por isso, muitas vezes, ultrapassamos perigosamente a “linha da morte” há sempre um limite de tempo para fazer a edição da matéria e do fechamento do jornal.
Chefes - com os bons a gente cresce, TV Globo- São Paulo ainda estava sob o impacto da notícia da morte do deputado do PFL Luís Eduardo Magalhães, que acabara de ser dada no JN, a então editora-chefe do Jornal da Globo, Liliam Witte Fibe, já tinha na cabeça o jornal que queria exibir naquela noite. Contando a trajetória política do deputado e a repercussão da morte.
Faça sua parte - Respeitar o tempo do VT estabelecido pelo editor-chefe são regras a serem cumpridas, enquanto isso o editor de texto está cuidando de uma ou mais matérias para isso repórteres e editores devem manter contato constante.
Recursos de edição - Gráficos e tarjas facilitam a compreensão de relatórios e pesquisas. Para isso existe o departamento de arte, com programas cada dia mais sofisticados que ajudam na criação de recursos visuais para a construção da matéria.
Barulhinho Bom - Na televisão os sons também fazem parte da estrutura narrativa. O Background ou BG. Na ilha de edição, ao montar a estrutura ou o esqueleto da reportagem é sempre bom valorizar.
Capítulo II
Nos arquivos das emissoras ficam guardadas matérias já exibidas, além de imagens brutas. No dia - a - dia das redações o mais comum é que, entre a definição da pauta e a exibição, as etapas de uma matéria sejam realizadas de um dia para o outro, ou mesmo em algumas horas, para acompanhar o ritmo imponderável das notícias. Variações sobre o mesmo tema- Quando o editor – chefe precisa ganhar tempo para incluir alguma notícia de última hora, um dos critérios é sacrificar matérias que conservem a atualidade, e que possam ser exibidas no dia seguinte. Espelho- é a decodificação de abreviaturas, palavras soltas e números que parecem em várias colunas: indicações da seqüência das páginas, distribuição das matérias por bloco, o que deve abrir e fechar o jornal, tudo bem especificado.
Capítulo III - A notícia na TV
A força da imagem- Uma imagem é capaz de garantir a veiculação de um assunto que talvez nem fosse ao ar se o cinegrafista não tivesse a sorte de captar o flagrante.
Alguns ou muitos - dependendo do desdobramento, uma matéria feita para o noticiário local pode crescer e interessar a toda rede.
Linha Editorial - para se comunicar é preciso ser ouvido e compreendido. O imediatismo conta ponto. Notícia fresca “esquenta” o jornal.
Relatividade - O ranking provisório das notícias começa na reunião de pauta, no início do expediente. Determinados acontecimentos têm o poder de virar de ponta cabeça tudo o que foi programado.
Notícias pasteurizadas - Telejornais são mesmo influenciados pelo destaque que os jornais impressos dedicam a um determinado tema, correm atrás de notícias veículadas a ela televisão ou pelo rádio.
Gillete Press: é a elaboração de uma pauta baseada em informações. Já divulgadas, com os mesmos personagens, o mesmo enfoque e usando os mesmos dados.
Segundo Bourdieu: “a informação sobre a informação é o que permite decidir o que é importante”. Como resultado, temos o empobrecimento do exercício do jornalismo e a limitação de assuntos em pauta.
Caminhos da notícia - Uma notícia pode nascer de um boato ou de uma denúncia anônima. Por meio de internet, matéria enviada pelas assessorias de imprensa, telefones, etc.
Assessorias de imprensa - Na falta de estudos estatísticos sobre o assunto, a prática comprova: transformar press release em matéria é conveniente para as assessorias e também para os pauteiros.
Do front à base - O repórter quase nunca sabe qual vai ser a próxima matéria.Hoje, um dos vícios do telejornalismo é combinar toda a matéria na redação. Repórter e cinegrafista saem tendo em mãos um roteiro de trabalho “amarrado” com o nome dos entrevistados, local e a que horas estão marcadas as gravações. Repórter e cinegrafista têm que saber casar suas funções, e ceder dicas um para o outro.
Sabor do saber - Cultura geral, são quesitos para o bom repórter, assim ele age com mais segurança no seu campo de desenvolvimento.
Planos e Espantos - repórter de economia tem que agir como um paciente que tem uma doença grave diagnosticada: recorrer a diferentes profissionais, ouvir mais de uma opinião. Especialistas que fazem análises do mercado financeiro também têm interesse em aparecer e defender o próprio ponto de vista. Tenha sempre uma agenda de com nomes de analistas financeiros, institutos de pesquisa e consultores do mercado, que podem solucionar dúvidas na hora de fechar uma matéria.
Em off - Faz parte da ética do jornalista preservar sua fontes, aqueles que concedem em off, a notícia que vai causar impacto na mídia, porém antes é preciso checar, checar e desconfiar.
Colhendo os Frutos - O furo de reportagem é o prato mais saboreado nas redações, portanto corra e traga o melhor para o cardápio.
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