terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Imprensa e organização: Armando Medeiros de Faria


O assessor de imprensa é especializado na leitura dos conflitos sociais e na linguagem jornalística. Mantendo sempre alerta ao que dizer e como dizer a quem vai transmitir a informação. É um profissional pragmático pois ele está sempre atrás de informações e ao mesmo tempo fornecendo-as com credibilidade e ordem nos argumentos a oferecer.

O assessor de imprensa é responsável em abrir os muros das organizações para o mundo. É o interlocutor interno que assumi a função de tradutor do olhar externo sobre a instituição. Leva informação a diferentes interesses e assim cristaliza valores. Limita os efeitos negativos, pois ele é a visão interna da organização. Ele agenda os assuntos com a mídia e ao mesmo espaço de tempo ele é um analista desde cenário, rever se dentro dessa organização existem as fontes.

1 – FONTE VAIDOSA - aquelas que se preocupam com as plumas e patês. O parecer em benefício próprio.

2 – FONTE MEDROSA – que teme o tratamento negativo com a mídia.

3 – FONTE ARROGANTE -
que é capaz de desprezar ou ignorar o fator imprensa na gestão de negócios e empreendimento.

Ele esta ali para unir visões fragmentadas. Ele trabalha com a urgência dos fatos exigidos pela redação a qual ele é fonte.

O assessor de imprensa detecta os movimentos e as reações das fontes internas no tratamento da mídia, por outro lado.

As organizações encaram o relacionamento com a imprensa da seguinte forma:

quais os efeitos da mídia na modelagem da imagem? (Agenda setting) – normalmente, o efeito associa ao consumo de jornais locais e não aos noticiários televisivos. Os meios de comunicação são dotados de um poder de influencia diferente: na TV, tudo torna-se limitado, há um curto espaço de tempo. São rápidas, heterogêneas. Não há tanta explicação a dar, reduz a importância e a significação do que é transmitido. Por outro lado, os impressos oferecem uma vasta gama de espaço para direcionar direitos de perguntas e respostas, é de conteúdo mais sólido. Torna-se o banal em algo reflexivo. A agenda – setting leva a reflexão particular. Mexendo com aspectos psico/sócio e policológico.
O filme Mera Coincidência gera uma grande reflexão de como a imprensa deve ou lidar com a forma de fazer notícia.

Coloca em xeque-mate a perspectiva das organizações de encarar a imprensa como interlocutora central na comunicação com seus políticos. Fazendo entender-se a como imprensa como uma entidade homogenia e indiferenciada.

Por que a mídia exclui uns e valoriza outros assuntos? (Valor da Notícia). Observa: O caso da faculdade e do beija-flor/caso Sandro enquanto era divulgado em rede nacional o sequestro, acontecia muito mais tragédias não só no Rio/SP, mas em todo o Brasil.


Como o público-alvo ou clientes estratégicos são atingidos pela mídia? (Opinião Pública), especialistas acreditam que a O.P tem efeito de manipular, pois ela é instrumentalizada ao resultado, que a sua argumentação é limitada ao sim ou ao não. Ela simplesmente busca atingir seus objetivos específicos, numa vasta cobertura, a fim de avaliar o sucesso próprio e vendê-la. São promovidas por instituições de poder e autoridades, portanto seu caráter é administrativo. Os fatores relativos com a audiência é interesse público pela informação. Ele tem uma percepção de aceitar só que lhe interesse. As organizações tem um bom número de conhecimentos sobre a mídia.

Tentáculos da mídia


Quando uma organização estabelece relacionamento com a imprensa ativa e reativa. O pressuposto desses movimentos é que a “mídia tem poder”, e nesse caso começa a percepção generalizada de que, publicada, a noticia tem efeito instantâneo, automático.

O assessor atua no calor dos fatos ele ajuda a construir a “Teoria Hipodermica”. A teoria hipodérmica estuda o objetivo de comportamento humano com base nas suas experimentações e observações das ciências naturais e biologicas. Ou seja; quem? Através de que meio (Canal)? Com que efeito? Ele age sobre o psicológico com as pesquisas, estimula e obtém a resposta (Feedback).Estímulo é igual a causa e resposta (E.R). Assim ele cultiva adeptos. Notícia boa é a ruim – O valor-notícia como bem lembra Nelson Traquina (1993): O público alvo absorve só aquilo que é do seu interesse, ele nem sempre busca a verdade e quando descobre é por meio da mesma fonte de informação. Ele é movido pelo 4º poder o tempo todo, ele acaba sendo um indivíduo alienado (desconhecido) da sua atual realidade. Entra aí a teoria da propaganda sobre a propaganda. Qual meu público alvo: E assim levá-lo ao consumo. E leva-o a abordagem empírica – experimental ou da persuação.

O valor notícia

Primeiro são os critérios de seleção dos elementos dignos de serem incluídos no produto final, desde o material disponível até a redação.

Em segundo lugar, funcionam como linhas-guia para a apresentação do material, sugerindo o que deve ser realçado, o que deve ser omitido, o que deve ser prioritário na preparação das notícias a apresentar ao público.

São regras praticas que abrangem um corpus de conhecimentos profissionais que direciona os procedimentos o operativos redacionais. O valor notícia está presente nas interações cotidianas do jornalista. O valor notícia nada mais é do que qualidades dos acontecimentos, ou da sua construção. A distorção dos fatos estão ligados a produção e aos valores profissionais.

“O jornalismo tenderá a realçar os elementos extraordinários, dramáticos, trágicos, etc., para reforçar a sua notabilidade. (...) E acontecimentos que tenham um número desses valores-notícia terão maior potencial noticioso do que os outros.

Não se noticia que milhares de aviões levantaram vôo e pousaram normalmente nos aeroportos, sem nenhum acidentes, mas se estes levantaram vôo tiveram uma pequena derrapagem, já é fato para levantar pauta e consequentemente polêmica. A edição em muitos casos seguem o que a empresa pretende passar e nem e sempre o que é verdade. O valor da notícia (BBB). O caso Sandro Nscimento, do ônibus 174 que fazia linha Jardim Botânico, Rio de Janeiro, em 12 de junho de 2000.


1 – Dramaticidade provocada ou dramaticidade simulada?
2 – Erro. Erro prematuro; imperdoável. Impensável.
3 – Cálculo mal planejado que despertou na população a vontade de fazer justiça com as próprias mãos.
4 – A polícia mata enfrente as câmeras.
5 – Mata a professora Geise e mata Sandro do Nascimento.
6 – Espetáculo.
7 – Espetáculo para a mídia.
8 – Eles mataram porque estão acostumados a matar.
9 – E quem ia defender o Sandro?
10 – O velório acompanhado pela população.
11 – O velório acompanhado pela 2ª mãe e o coveiro do cemitério.
12 – Essa é a função da mídia para a construção da realidade atual. Esse é o valor da notícia?

Em busca do público

Qual mídia escolher para atingir públicos cada vez mais pulverizados? Um exemplo; a propaganda. Seguindo uma escala cada vez maior.

As notícias são elaboradas a diferentes nichos de clientes. Para (Pierre Bourdieu, que faleceu no dia 9 de março de 2007), a mídia na sua opinião regia perante a opinião pública de acordo com as três problemáticas das organizações, que são elas:

1º - Intervenções das organizações

Na mídia participam funcionários, clientes, fiscalizadores e reguladores. Coloca em xeque-mate a perspectiva das organizações de encarar a imprensa como interlocutora central na comunicação com seus públicos.

Entende-se como imprensa uma entidade homogenia e indiferenciada. Mostra que as mídias oferecem poder de agendamento. Isso faz identificar a agenda-setting.

2º Como enfrentar a Opinião Pública? (O.P)

Exigem estudo mais denso sobre atitudes e hábitos dos receptores-consumidores de informações. Portanto o impasse perante o conceito de (O.P) e a busca de identidade com o receptor estão presentes nos quadros dirigentes e fontes.

O papel do assessor é canalizar informações em alta velocidade, dentro da realidade em que se encontra; mesmo assim a imprensa nem sempre é o único ou melhor meio para a comunicação.

Narcotizar o indivíduo, excedendo suas ideias, deixando esse público às vezes sem rumo, gera o conformismo. O assessor de imprensa é um jornalista especializado por tanto em lidar com verdades alheias e está visado perante a sociedade. Ele não é a lei, dessa organização. Ele é o interlocutor interno e externo, mas os fatos cedidos ao público é de competência dos órgãos especializados a dar a resolução. Pois a sua verdade não é absoluta e sim relativa. Alguém pode questioná-la.

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