segunda-feira, 27 de abril de 2009

Análise do filme: Mera Coincidência




Filme: Wah The Dog


País: Estados Unidos


Tempo: 97 minutos


Estilo: Comédia


Direção: Barry Levinson


Elenco principal: Dustin Hoffman/Robert de Niro/Anne Heche/ Denis Leary/Woody Harrelson/Kirsten Dunst.



Mesmo depois de 12 anos "Mera Coincidência" ainda gera grandes polêmicas, principalmente no jornalismo, na sua forma de planejar. A história conta como é planejada e desenvolvida a arte de redirecionar a atenção de um assunto para outro. De forma bem humorada, Mera Coincidência é uma dose de exagero, característica marcante nos filmes do gênero, o escândalo sexual envolvendo o presidente dos Estados Unidos nas vésperas da sua reeleição e, principalmente como foi desviada a atenção dos eleitores.



Tudo começa quando a assessoria de comunicação da presidência americana contrata um especialista em política para resolver o caso. Ele contrata um dos maiores produtores de Hollywood e, juntamente com a assessoria, decidem criar uma guerra fctícia contra a Albânia para desviar a atenção dos eleitores do escândalo, pois seu oponente, já utilizava o fato em sua propaganda eleitoral para desespero do presidente e de todos os envolvidos em sua campanha, final, faltavam apenas quinze dias para a eleição.



O filme é envolvente e mostra como a mídia manipula as pessoas, (massas). Ou seja, os meios justificam os fins. Percebe-se que vale tudo quando se trata de política. Se preciso for até matar, como é contada a história do filme.



O que mais desperta a atenção é como os envolvidos na elaboração da "invasão da Albânia" se comportam. O cenário é típico de uma novel, pura interpretação e sem a preocupação dos resultados dessa brincadeira.



A reeleição do então presidente é a única coisa que lhes interessam. O dinheiro dita todas as regras da campanha e é também a grande chance para a realização pessoal do candidato. A equipe da campanha foi montada em pequeno espaço de tempo e trabalharam durante os quinze dias até a vitória do presidente. A imprensa é abordada como incompetente e despreparada e que acabava fazendo o jogo dos produtores do candidato.



Os diálogos dos personagens, são irônicos, envolvendo todo o povo americano e criando um enorme problema para o país que nada tem a ver com a situação. Sem se preocupar com os danos futuros.



O filme Mera Coincidência, além de oferecer a oportunidade de conhecer os detalhes de uma produção cinematográfica, apresenta um enredo com inúmeras formas históricas. O diretor tem um papel de fundamental importância, pois é ele quem vai decidir tudo para obter uma produção de sucesso, por isso ele tem um vasto conhecimento das percepções humanas, principalmente, emocional.



Com isso não deixa nada a desejar à realidade. Música, dramatização, marketing e principalmente o conhecimento com o público. Neste filme, o diretor consegue mobilizar os americanos com um grande apelo emocional, a partir de um sapato velho, que é relacionado com um combatente americano que foi deixado para trás, após a invasão da Albânia como um sapato velho.



O diretor espalhou pela cidade, onde os meios de comunicação pudessem encontrar os sapatos velhos, colocados sobre árvores, sinais de trânsito e residências. Os americanos acabam aderindo o uso de camisetas, cartazes com motivos dos sapatos velhos, transformando o combatente esquecido num verdadeiro herói o que não é difícil fazer para os melhores produtores de cinema.



Coincidência ou não, o nome do candidato era William Schumann, para que combinasse com a recém composta canção Old Shoe (sapato velho). A ideia era fazer uma reflexão sobre o herói que foi abandonado como um sapato velho. Inteligência a parte, o governo nega o conflito com a Albânia, a imprensa fica mais interessada no caso, absorvendo qualquer informação sobre o caso características falsas ao candidato a famoso e fazê-lo desaparecer num passe de mágica. O desaparecimento, pode ser de duas fomas, banindo-o das mídias ou inventando também características falsas que venha desmoroná-lo.



Ficamos imaginando o que está por trás de uma declaração de um político. qualquer político. Tudo dever ser muito bem planejado. Para que haja a repercussão pretendida. E o que terá por trás de uma notícia? Principalmente se ele for sobre política? A política, nos países subdesenvolvidos, é a área mais noticiada na imprensa. Por vários motivos, mas o principal, é porque é a área que realmente financia, praticamente, todos os meios de comunicação. Brasil é um exemplo.



Portanto, é notório que todos os políticos são fontes de notícias políticas. em muitos casos sobre eles mesmos. A notícia, verdadeira ou projetada, é veiculada conforme os interesses dos meios, empresa e os políticos. Essa é uma obra cinematográfico que serve de alerta para que não se faça esse tipo de jornalismo, e que passe a elaborar fatos baseados na verdade absoluta. Considerando os três poderes tradicionais e no quarto poder:imprensa. O que deveríamos fazer é chamá-la de primeiro poder.



A impresa é responsável pela existência da democracia, e por isso é necessária a utilização de meios de comunicação de massa, para que a ideologia do sistema seja disseminada à população. A nossa imprensa é um produto, um negócio e se adapta com facilidade as conveniências da política e do capital, não se importando, como no filme, com a repercussão da irresponsabilidade de seus atos.

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