"Sem uma imprensa livre, diversificada, comprometida com valores básicos para qualquer sociedade, não pode haver democracia, não pode haver em rigor "cidadania".
É preciso mudar, é preciso respeitar. A imprensa existe não para si, mas, para a coletividade. Ela é a sua voz, seus olhos e seus ouvidos.
Parece difícil?! Mas sem esperança não se vive.
O ofício de "ser jornalista", ensina muito a quem o exerce. É como um hospital de emergência - aparece de tudo, a toda hora, a vida humana se desdobra diante da gente a cada instante, em todos os aspectos imaginários.
Entre esses aspectos, estão também os que envolvem ética dos profissionais de imprensa. Como em qualquer categoria, exeistem maus profissionais na imprensa, embora em número menores do que algumas pessoas imaginam. Há jornalistas corruptos. Conheci uns dois ou três, mas repito que são minoria.
A maioria procura cumprir suas obrigações com honestidade e zelo, repelindo as tentativas de desviá-los de seus padrões. quem pensa que os jornalistas, de modo geral, costumam vender sua opinião não podia estar mais equivocado. O percentual de maus médicos, maus motoristas de táxi ou maus advogados.
A imprensa é também acusada de arrogãncia e de excessos contra a reputação ou a honra alheia. Isso, sem dúvida, ocorre. Não é infrequente que a imprensa julgue um réu antes que ele vá a juízo. Todo editor de polícia, por exemplo, já teve de ensinar a seus comandados que, por exemplo; homicida não é a mesma coisa que criminoso. O sujeito que mata em legítima defesa é homicida, mas não criminoso.
Da mesma forma, não se pode chamar de ladrão aquele que ainda não teve essa condição declarada pela a justiçã. Fazer essas distinções na vida cotidiana não é comum, razão porque os jornalistas enexperientes transportam sua visão para as matérias qu escrevem.
Outros defeitos da imprensa podem serem apontados e há mesmo gente que tem horror a jornais e jornalistas, creem que tudo o l~e é mentira ou manipulação,. Vê fantasmas e eminências pardas em todo canto. Mas a verdade é que, sem uma imprensa livre, não há cidadãos livres. As pretensas desvantagens de uma imprensa livre são infinitamente menores do que as vantagens.
Digo isso porque, com todo esse papo de reeleição e outros temas que nos ofuscam a visão do que se passa no país, vamos squecendo que o Congresso se prepara para aprovar uma nova lei de imprensa, absurda, inaceitável, cujo objetivo é amordaçar os que denunciam e criticam os detentores de poder político.
Não há razão para a existência de uma lei específica para a imprensa. As leis que se aplicam a todos são também aplicáveis à imprensa. Ao defender sua imprensa livre, a sociedade defende a si mesma. Ao querer impor um regime restitivo e censorial à imprensa, o poder somente demonstra sua ânsia de atuar sem peias, sem fiscalização e sem crítica.
Vamos prestar atenção nessa lei. E vamos esperar que bons legisladores saibam enxergar os perigos contidos nela e os evitem".
Rosa Rodrigues
Jornalista
JP.: 2283 GO
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