Costumo dizer que o café é o néctar que os sábios costumam beber. Talvés você ficou agora com uma enorme vontade de saber o "por que" dessa citação tão simples, mas que faz parte da minha vida desde quando eu era um bebê de 4 meses de vida no colo da minha amada mamãe, dona Joana D'Arc que por sinal este nome também é poético aos meus ouvidos e renderia um lindo texto.
Mas voltando ao café. Por que ele é o néctar dos sábios? Porque logo pela a amanhã famílias despertam para na companhia de seus entes queridos saborea-lo e sairem de suas casas revigorados para começarem mais dia de luta.
No escritório ou na rua ele costuma dar ínicio aos mais fantásticos bate-papos e quando dedicado um momento exclusivo para degustá-lo na companhia dos amigos, este torna sem dúvida o néctar dos sábios. É nessa hora que todos passam a ter um tempo dedicado a aqueles que tantam estimam. E assim conversas vão e veem; idéias surgem; velhas recordações veem a tona e entre um gole e outro acompanhado ou nao de um biscoito que faz lembrar a doce vovozinha, o café predomina as conversas, os sonhos, os desabafos.
O café é sem dúvida a mais tradicional bebida dos brasileiros. Porque desde os remotos tempos do descobrimento, este sempre foi quase que uma bebida obrigatória. O café é citado até no momento em que você convida alguém para te acompanhar para tomá-lo, enquanto que na realidade você acaba pedido no balcão da lanchonete "um suco", "um leite", "um chá". Incrível como essa palavrinha "café", dá motivos extraordinário para pegarmos aquela folguinho no meio da tarde e até tirar uma tragada no "maldito cigarro", coisa que eu nunca fiz. "Eu tomo café". lembra?!
Nossos avôs e pais que o diga. O café antigamente era preparado artesanalmente. Detalhes que eu particularmente me orgulho em dizer que fiz também diversas vezes nos velhos tempos quando eu morava na roça, interior de Anápolis.
Meses antes colhíamos o café no pé, com as mãozinhas rachadas e cheias de calo do cabo da enxada. Secava. Virava. Pisava. E logo, logo ele estava sequinho. E então era a vez da discursão de saber quem ia para o pilão socá-lo. No fim, sempre vencia mamãe que me colocava para limpá-lo. E peneirava... Peneirava na velha peneira. Depois a mamãe colocava aquela panela de ferro no fogão a lenha e começava a torra-los. Os vizinhos e os companheiros da roça logo sabia que tinha cafezinho quente em poucos minutos.
E lá mamãe Joana, começava a esquentar aquela chaleira bicuda toda pretinha. E olha naquela época não tinha filtro descártavel para coar. Era o bom cuador de pano, sempre limpinho, limpinho lavado na água da bica que corria cristalina pelo quintal. O moinho era uma das ginásticas para o braço dele que moia o café. Que cheirava muito!! Muito mesmo!!! Quando a água quente batia no pó dentro do cuador que era apardo pelo bulé esmaltado, as crianças sentiam a barrigunha roncar de fome e sabia que ela tinha preparado um bolinho de chuva ma-ra-vi-lho-so!E então os companheiros da lida da roça chegavam e escoravam o queijo no cabo da enxada e olhava cansados para aquela cena linda e natural que mamãe sempre teve zelo em manter, "simplesmente a mesa farta". Então era a hora de tomar um cafezinho quentinho e bater aquele papo. E lá surgiam histórias incríveis de assombração, (...) do cara que roubou a moça de cabelo pretos e longos de madrugada(...) surgia um comentário incerto do vizinho que morava ao lado... E por aí, ia, até que papai dizia: "Vamos nessa minha gente, ainda temos um eito bom da roça para deixar limpinho, limpinho ainda hoje"!
Era assim, nas casas das fazendas e onde eu vivi boa parte da minha vida. O café sempre o café que mantinha a despeza da casa, a escola, o enxoval para quando viesse a casar a moça, tudo já estivesse arumadinho. Mais tudo com muita simplicidade!
O café historicamente é uma cultura sagrada brasileira; que marca desde os poderes dos coronéis, as brigas por terras e que tempos mais tarde ganhou mais status e passou a ser exportado para grandes centros do mundo. Os investimentos tendem cada vez mais aumentar de acordo com os produtores e com os próprios empresários que nos últimos anos consolidou o café como uma das principais commodities do agronegócio brasileiro. O que não é nada ruim para a nossa balança comercial.
Mas é bom saber que esse ainda continua sendo nosso, seja nas cafeterias, no barzinhos, na lanchonetes, lojas, shoppings, aeroportos e tantos outros sofisticados pontos, onde ele sempre está lá, quentinho, seja com leite, no chá ou com um delicioso capuccino, para satisfazer o nosso paladar. E são por esses motivos que no dia 14 de abril, que comemoramos o Dia Internacional do Café. Afinal, ele ainda continua sendo "O néctar que os sábios costumam beber".
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