A programação veiculada pelo rádio brasileiro da década de 1920 até 1960, teve um grande destaque através das radionovelas, os programas de auditório, as cantoras eleitas "rainhas do rádio", os programas humorísticos e de variedade, estilos que não são mais produzidos pelas emissoras brasileiras. O rádio criou modas, inovou estilos, inventou praticas do cotidiano.
A estruturação do Rádio no Brasil
O rádio, no Brasil, acompanhou de perto as inovações tecnológicas do mundo. A transmissão regular surgiu em novembro de 1920, nos Estados Unidos. A KDKA, foi a primeira emissora radiofônica com a programação voltada para o jornalismo. Na Inglaterra e na França as primeiras emissoras regulares surgiram no ano de 1922.
Em outubro de 1921 nos Estados Unidos, foram registradas 12 novas emissoras; em novembro, mais 9; em dezembro, outras 9. Em janeiro de 1922, 26 novas emissoras entravam no ar. No final de 1924, os EUA contavam com 530 emissoras de rádio em pleno funcionamento! As empresas norte-americanas de equipamentos e aparelhos de rádio expandiram para os outros países.
No Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal, já demonstrou grande interesse em romper barreiras, destacando-se a derrubada do Morro do Castelo, cedeu lugar á construção de pavilhões onde foi instalada parte da Exposição Nacional, especialmente para os festejos do Centenário da Independência Brasileira, em 1922. O país desejava mostrar-se próspero, saudável, desenvolvido, e, moderno. Um momento mais propício para apresentar á sociedade brasileira novidades tecnológicas que encantava o mundo: o rádio!
No dia da inauguração da exposição ocorreu a primeira demonstração pública, no Brasil, de uma transmissão radiofônica, levando espanto e curiosidade aos visitantes da Exposição Nacional. No pavilhão principal puderam ser ouvidos o discurso de Epitácio Pessoa ( então presidente da República) e trechos da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, que estava sendo executada no Teatro Municipal. As transmissões, ainda que acompanhadas de muitos ruídos, espantaram e maravilharam as pessoas presentes.
Um ano depois do sucesso das transmissões, Roquette Pinto e Henrique Morize, estabeleceu a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, cuja programação teria finalidades estritamente culturais e educativas.
A estruturação do rádio brasileiro estabeleceu-se dupla determinação: veículo de comunicação privado, subordinado ás regras do mercado econômico, controlado pelo Estado, pela liberação da concessão para o funcionamento das emissoras, pela cassação das mesmas, caso haja desrespeito ás leis do códigos de comunicação em vigência.
Os primeiros anos do rádio foram repletos de dificuldades,
Na década de 1930, o rádio já trazia o mundo para dentro da casa. O rádio era uma poderosa ferramenta de comunicação entre os indivíduos. Esse meio revolucionou, tornando-se excelente meio de divulgação de outras manifestações artísticas.
A passagem do rádio brasileiro da fase amadora para a comercial não se deu de forma imediata. O primeiro problema enfrentado foi o da escassez de aparelhos receptores, inicialmente eram importados e caros. A falta de verbas e de ouvintes restringiam sua programação aos horários da manhã e da noite. Outro problema era a regulamentação clara sobre a veiculação de publicidade, de reclames, para utilizar uma expressão da época. O decreto lei nº 16.657(15-11-1924) determinava que “ O Governo reserva para si o direito de permitir a difusão rádio - telephonica (broad - casting) de anúncios e reclames comerciais”.
O rádio, despertava desconfiança dos possíveis anunciantes, acostumados, a veicular suas mensagens na imprensa escrita e de painéis.
As primeiras agências de publicidade estrangeiras a chegar no Brasil no final da década de 1920 e início de 1930, foram a Thompson e a McCann-Erickson. No final da década de 1920 o rádio buscava o caminho da profissionalização no Brasil. Nos Estados Unidos, o rádio foi dos grandes aliados das agências de propaganda direcionados os maiores percentuais da verbas publicitárias . Essa experiência foi introduzida aqui no Brasil décadas depois.
O setor da radiodifusão era, na década de 1920, uma área de incertezas, investimento caro e retorno duvidoso.
O desenvolvimento do rádio brasileiro, no período anterior à década de1930, foi freado não apenas por técnica mas também política.
Nessa mesma época o rádio poderia vir a se tornar um perigoso veículo de comunicação, de divulgação dos acontecimentos e de propaganda contra o poder estabelecido. O governo limitou, desde o decreto nº 16.657 (5.11.1924) as sociedades civis a transmitirem uma programação com fins educativos, científicos de benefício público, proibida a propagação de notícias internas de caráter político.
Em 1927, em São Paulo, por exemplo, a Rádio Educadora Paulista, conhecedora do interesse de seus ouvintes pelos jogos de futebol, transmitiu do Rio de janeiro para São Paulo uma partida do campeonato brasileiro entre paulistas e cariocas. Foram instalados alto-falantes na Sorveteria Meia Noite, na Leiteria Brilhante e em frente à sede do jornal A GAZETA. No dia seguinte, os jornais publicavam fotos e comentários das multidões. Em 1929, os aparelhos de rádio em São Paulo já passavam de 60 mil unidades.
Em São Paulo, as eleições de 1930 já contavam com a presença efetiva do rádio. A Rádio Educadora Paulista tinha entre seus associados Júlio Prestes, candidato à presidência da República. Esquecendo seus princípios educativos, a emissora fez efetiva campanha para o candidato paulista. Dentro da Rádio não se falava em Getúlio Vargas, candidato da Aliança Liberal, pois isso era proibido. Em 13 de janeiro de 1931, a RCA Victor anunciava no jornal O Globo, voltado para um público seleto de elite que desejava estar em dia com as novidades.
Com a Revolução Constitucionalista de 1932, São Paulo vivenciou “uma verdadeira guerra no ar” entre as emissoras paulistas e cariocas. As rádios Phillips, do Rio de Janeiro, e Record, de São Paulo, realizavam transmissões conjuntas, tornando-se inimigas e veiculo revolucionário.
O governo de Getúlio Vargas demonstrou preocupações no sentido de estabelecer regulamentação específica para os diversos setores de produção cultural. Os decretos nº 20.047 e 21.111(27.5.1931 e 1.3.1932, respectivamente) regulamentavam, de forma detalhada, o funcionamento técnico e profissional do setor radiofônica e para evitar os excessos na programação, o governo limitou em 10% do total de programação para os textos comerciais.
No primeiro governo Vargas (1930-1945), o país vivenciou um processo de crescimento da população cultural em diversos campos, como na literatura, cinema e na música. Mesmo durante o Estado Novo (1937-1945) a produção cultural permaneceu sob o controle do Departamento de Imprensa e Propaganda(DIP). Já na legislação de 1932 estava prevista a irradiação de um programa todas as emissoras do país – a Hora Nacional. O governo encontrou resistência por emissoras, especialmente as paulistas, preferiam manter-se fora do ar a transmitir o programa oficial.
Foi somente em 1939, com a criação do DIP, que o programa nacional do governo passou a ser irradia da para todos o país. Através de sua Divisão de Rádio, o DIP tomou para si a tarefa de organizar e produzir a Hora do Brasil.
Segundo César Ladeira, o rádio em 1933 estava vencendo na sua finalidade de divertir, e que querer mantê-lo como veículo meramente educativo era um grande equívoco, ao mesmo tempo que despertou sentimentos que variavam do fascínio à rejeição. Fama , ascensão social e marginalidade e isso era proibido à “boa família”.
Em 1935 aconteceu a inauguração da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, a primeira emissora de rádio do grupo dos Diários Associados, de propriedade de Assis Chateaubriend.
A história do rádio entre as décadas de 20 à 30 também foi cantada na voz de Lamartine Babo, As Cinco Estações, representava as cinco maiores emissoras de rádio da época.
A estruturação do Rádio no Brasil
O rádio, no Brasil, acompanhou de perto as inovações tecnológicas do mundo. A transmissão regular surgiu em novembro de 1920, nos Estados Unidos. A KDKA, foi a primeira emissora radiofônica com a programação voltada para o jornalismo. Na Inglaterra e na França as primeiras emissoras regulares surgiram no ano de 1922.
Em outubro de 1921 nos Estados Unidos, foram registradas 12 novas emissoras; em novembro, mais 9; em dezembro, outras 9. Em janeiro de 1922, 26 novas emissoras entravam no ar. No final de 1924, os EUA contavam com 530 emissoras de rádio em pleno funcionamento! As empresas norte-americanas de equipamentos e aparelhos de rádio expandiram para os outros países.
No Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal, já demonstrou grande interesse em romper barreiras, destacando-se a derrubada do Morro do Castelo, cedeu lugar á construção de pavilhões onde foi instalada parte da Exposição Nacional, especialmente para os festejos do Centenário da Independência Brasileira, em 1922. O país desejava mostrar-se próspero, saudável, desenvolvido, e, moderno. Um momento mais propício para apresentar á sociedade brasileira novidades tecnológicas que encantava o mundo: o rádio!
No dia da inauguração da exposição ocorreu a primeira demonstração pública, no Brasil, de uma transmissão radiofônica, levando espanto e curiosidade aos visitantes da Exposição Nacional. No pavilhão principal puderam ser ouvidos o discurso de Epitácio Pessoa ( então presidente da República) e trechos da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, que estava sendo executada no Teatro Municipal. As transmissões, ainda que acompanhadas de muitos ruídos, espantaram e maravilharam as pessoas presentes.
Um ano depois do sucesso das transmissões, Roquette Pinto e Henrique Morize, estabeleceu a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, cuja programação teria finalidades estritamente culturais e educativas.
A estruturação do rádio brasileiro estabeleceu-se dupla determinação: veículo de comunicação privado, subordinado ás regras do mercado econômico, controlado pelo Estado, pela liberação da concessão para o funcionamento das emissoras, pela cassação das mesmas, caso haja desrespeito ás leis do códigos de comunicação em vigência.
Os primeiros anos do rádio foram repletos de dificuldades,
Na década de 1930, o rádio já trazia o mundo para dentro da casa. O rádio era uma poderosa ferramenta de comunicação entre os indivíduos. Esse meio revolucionou, tornando-se excelente meio de divulgação de outras manifestações artísticas.
A passagem do rádio brasileiro da fase amadora para a comercial não se deu de forma imediata. O primeiro problema enfrentado foi o da escassez de aparelhos receptores, inicialmente eram importados e caros. A falta de verbas e de ouvintes restringiam sua programação aos horários da manhã e da noite. Outro problema era a regulamentação clara sobre a veiculação de publicidade, de reclames, para utilizar uma expressão da época. O decreto lei nº 16.657(15-11-1924) determinava que “ O Governo reserva para si o direito de permitir a difusão rádio - telephonica (broad - casting) de anúncios e reclames comerciais”.
O rádio, despertava desconfiança dos possíveis anunciantes, acostumados, a veicular suas mensagens na imprensa escrita e de painéis.
As primeiras agências de publicidade estrangeiras a chegar no Brasil no final da década de 1920 e início de 1930, foram a Thompson e a McCann-Erickson. No final da década de 1920 o rádio buscava o caminho da profissionalização no Brasil. Nos Estados Unidos, o rádio foi dos grandes aliados das agências de propaganda direcionados os maiores percentuais da verbas publicitárias . Essa experiência foi introduzida aqui no Brasil décadas depois.
O setor da radiodifusão era, na década de 1920, uma área de incertezas, investimento caro e retorno duvidoso.
O desenvolvimento do rádio brasileiro, no período anterior à década de1930, foi freado não apenas por técnica mas também política.
Nessa mesma época o rádio poderia vir a se tornar um perigoso veículo de comunicação, de divulgação dos acontecimentos e de propaganda contra o poder estabelecido. O governo limitou, desde o decreto nº 16.657 (5.11.1924) as sociedades civis a transmitirem uma programação com fins educativos, científicos de benefício público, proibida a propagação de notícias internas de caráter político.
Em 1927, em São Paulo, por exemplo, a Rádio Educadora Paulista, conhecedora do interesse de seus ouvintes pelos jogos de futebol, transmitiu do Rio de janeiro para São Paulo uma partida do campeonato brasileiro entre paulistas e cariocas. Foram instalados alto-falantes na Sorveteria Meia Noite, na Leiteria Brilhante e em frente à sede do jornal A GAZETA. No dia seguinte, os jornais publicavam fotos e comentários das multidões. Em 1929, os aparelhos de rádio em São Paulo já passavam de 60 mil unidades.
Em São Paulo, as eleições de 1930 já contavam com a presença efetiva do rádio. A Rádio Educadora Paulista tinha entre seus associados Júlio Prestes, candidato à presidência da República. Esquecendo seus princípios educativos, a emissora fez efetiva campanha para o candidato paulista. Dentro da Rádio não se falava em Getúlio Vargas, candidato da Aliança Liberal, pois isso era proibido. Em 13 de janeiro de 1931, a RCA Victor anunciava no jornal O Globo, voltado para um público seleto de elite que desejava estar em dia com as novidades.
Com a Revolução Constitucionalista de 1932, São Paulo vivenciou “uma verdadeira guerra no ar” entre as emissoras paulistas e cariocas. As rádios Phillips, do Rio de Janeiro, e Record, de São Paulo, realizavam transmissões conjuntas, tornando-se inimigas e veiculo revolucionário.
O governo de Getúlio Vargas demonstrou preocupações no sentido de estabelecer regulamentação específica para os diversos setores de produção cultural. Os decretos nº 20.047 e 21.111(27.5.1931 e 1.3.1932, respectivamente) regulamentavam, de forma detalhada, o funcionamento técnico e profissional do setor radiofônica e para evitar os excessos na programação, o governo limitou em 10% do total de programação para os textos comerciais.
No primeiro governo Vargas (1930-1945), o país vivenciou um processo de crescimento da população cultural em diversos campos, como na literatura, cinema e na música. Mesmo durante o Estado Novo (1937-1945) a produção cultural permaneceu sob o controle do Departamento de Imprensa e Propaganda(DIP). Já na legislação de 1932 estava prevista a irradiação de um programa todas as emissoras do país – a Hora Nacional. O governo encontrou resistência por emissoras, especialmente as paulistas, preferiam manter-se fora do ar a transmitir o programa oficial.
Foi somente em 1939, com a criação do DIP, que o programa nacional do governo passou a ser irradia da para todos o país. Através de sua Divisão de Rádio, o DIP tomou para si a tarefa de organizar e produzir a Hora do Brasil.
Segundo César Ladeira, o rádio em 1933 estava vencendo na sua finalidade de divertir, e que querer mantê-lo como veículo meramente educativo era um grande equívoco, ao mesmo tempo que despertou sentimentos que variavam do fascínio à rejeição. Fama , ascensão social e marginalidade e isso era proibido à “boa família”.
Em 1935 aconteceu a inauguração da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, a primeira emissora de rádio do grupo dos Diários Associados, de propriedade de Assis Chateaubriend.
A história do rádio entre as décadas de 20 à 30 também foi cantada na voz de Lamartine Babo, As Cinco Estações, representava as cinco maiores emissoras de rádio da época.
Nenhum comentário:
Postar um comentário