domingo, 7 de junho de 2009

Saiba mais do livro.: Assessoria de Imprensa


Análise Crítica do Livro: Manual de Assessoria de Imprensa, dos autores Gilberto Lorenzon e Alberto Mawakdiye




No livro Manual de Assessoria de Imprensa, dos autores Gilberto Lorenzon e Alberto Mawakdiye, lançado no ano de 2002, pela editora Mantiqueira, um fato que me chamou bastante a atenção foi quando em partes do livro diz que o assessor de imprensa está a serviço do cliente, ou seja; para muitos jornalistas que diz que a notícia deve ser tratada com ética, muitos esquecem que atitudes também perante seus colegas é a primeira norma a ser seguida dentro da profissão e dentro do código tão citado porém pouco praticado. Como posso falar mal de alguém se eu estou sendo anti-ética ao criticar o trabalho de quem também freqüentou um banco de universidade assim como eu 'Jornalista de Redação'?


Não me conformo com essa história que tudo que um assessor faz só é de interesse de seu cliente. Profissional que é profissional mantém mesmo que seja pouco um grau de respeito para com o seu próximo. Acredito que um grande profissional é aquele que se preocupa em fazer o seu com dedicação, respeito e verdade, mesmo que este venha pagar por sérias conseqüências do seu ramo de exercício. Jornalista de Redação e Jornalista Assessor de Imprensa na minha opinião são todos a mesma coisa, cada um luta por seu veículo, na realidade nenhum dos dois são livres para expressar ou fazer o que lhe é posto como tarefa. Ele é mandado e exigido o tempo todo. Resta saber quem conduzirá o mundo a sua volta de forma plausiva ou não. É possível atender as necessidades do cliente ou da própria redação com princípios éticos e aceitabilidade.


Mas não pense vocês que estou aqui para defender uma classe ou uma escolha. Não. Estou aqui como estudante do 6º período de jornalismo, horrorizada talvez por ver profissionais dos veículos de comunicação, numa briga acirrada contra seus próprios colegas. Colegas estes que pelo menos procuram trabalhar, fazer o seu e não ficar se preocupando com os outros. A final, por mais cão de chácara que me pareça o assessor , ele também é o grande responsável hoje fora dos meios de comunicações e dentro das empresas e instituições por ajudar manter uma cadeira ocupada por quem formou em comunicação social e que diz ser jornalista. É principalmente a assessoria de imprensa a grande responsável por contratação e valorização de profissionais recém formados, e são as assessorias responsáveis por pagarem um dos salários na área. Enquanto que muitos jornalistas vivem do famoso freelancer, para sobreviver.

O grande problema que enfrentamos hoje é que ainda dentro de grandes redações existem dinossauros do jornalismo com idéias um pouco fracassadas e que esquecem de acompanhar este mercado que todos os dias evolui a medida que novas faculdades e universidades nascem pelos quatro cantos do Brasil e do mundo. O dia que os velhos jornalistas souberem respeitar e valorizar a sua fonte principal de informação (ASSESSORES DE IMPRENSA), e pararem definitivamente de achar que essa nova geração é burra, e deve aceitar tudo, a comunicação sim será livre, democrática e ética.


É o assessor de Imprensa que salva muitos jornalistas de verdadeiros apertos na hora de escrever, ou apresentar uma matéria ao vivo. É graças aos assessores e a internet que ainda existem 'JORNALISTAS' empregados e ao mesmo tempo descendo a lenha nessa classe pouco respeitada e bastante útil na hora dos apertos redacionais. Existem jornais tradicionalmente conhecido em Goiás que não buscam o novo, o diferente e quando você percebe que em determinada editoria tem a participação de um estagiário, percebe-se além do texto simples porém de grande valor informacional, temas que a população busca praticamente todos dias nas bancas e quem muitos que dizem ser doutores comunicação não oferecem. Vivemos em uma época em que o que interessa é o 'inovador', o 'especial' e imediato. As assessorias são fontes valiosas para quem ainda carrega estampada na cara a viseira da antiguidade. É preciso olhar ao redor, e descobrir um novo mundo, novos conceitos, tratar os fatos de maneira especial, fazer uma nova comunicação, escrita, falada e televisionada.


Mesmo sendo alvo de crítica o assessor de imprensa quem prova maior competência e liberdade de trabalho, a serviço ou não do cliente é ele o maior responsável por gerar notícia. Por isso a relação hoje criada por grande agências de assessorias com empresas de diversos seguimentos é a porta mais interessante para quem busca fazer jornalismo e ganhar dinheiro, afinal ninguém trabalha só por amor a profissão, cada um tem que defender o seu. Na criação dos House Organ percebo um campo tridimencional para o exercício de um novo modelo de jornalismo.


O house organ, além de exigir inovação, prepara muitos profissionais a serem múltiplos. Por exemplo, a pequena experiência que tive ao produzir alguns house organs dentro da cidade de Goiânia, me permitiram descobrir talentos que eu até então desconhecia. Como além de escrever, descobri que podia fotografar, diagramar, negociar ou seja ser aquele profissional que no Manual do Assessor de Imprensa escrito por outros autores criticado o famoso (PUBLISHER). O trabalho é atrativo, é limpo, é organizado, é estudado, criado e lançado com responsabilidade como qualquer um outro exercido por um jornalista de redação, basta ter em mente a ética como sua aliada número um.



É preciso discutir a ética, é preciso praticá-la, é preciso discutir as possibilidades de ação para o melhor relacionamento entre profissionais. Dizer que jornalista de redação e assessor de imprensa é como água e óleo, algo que não se mistura é assustador para quem ouve ou ler sobre a citação. Façamos uma separação sem preconceito, da seguinte forma: Qual é o papel do Jornalista de redação? Pautar, fazer contato, apurar, decupar, editar e informar. E qual é o papel do Assessor de Imprensa? Ser intermediário da comunicação da empresa, entidade ou pessoa física e meios de comunicação, que ela foi solicitada para prestar tal serviço como qualquer outra tarefa proposta por outro meio, porém esta será encarregada de ser e de passar a melhor imagem do meio que representa. O assessor é e será assim como o jornalista o espelho da sua empresa.

Por tanto antes de criticar e causar traumas 'Jornalista' deveriam ter mais tempo para se informar sobre sua profissão, sua origem, antes de sair apedrejando e apontado quem é mais que quem, quem é melhor? Quem está certo ou errado? Façam comunicação e saberá o valor que cada um tem sem desmerecer ninguém.

É uma pura besteira dizer que jornalista é quem diz a verdade. Dizer que jornalista não se corrompe é tapar o sol com a peneira, pelo contrário não é bem isso que estamos vendo na TV nos últimos tempos. O caso de Mônica Veloso, a jornalista que teve um caso e posteriormente um filho com Renan Calheiros, é um bom motivo para reflexão para quem fala demais. Ela como muitos também erram, aceitam propina, aceitam presentes e freqüentam altas rodas de lavagem de dinheiro. Ela só foi descoberta, talvez por vacilo e porque é mulher. E para muitos tornou-se prato cheio do momento para investigação. Para muitos da classe jornalística cair matando sobre o seu caso em específicos é fácil, e outros que continuam a desfrutar de café da manhã com políticos em Brasília, que vire e mexe recebe convite para viajar com simples desculpa de que está indo para cobrir o evento, isso ninguém fala, só sobra para o assessor, afinal seu trabalho é explicito, envolve notícia e cliente e falar sobre estes é bem mais fácil.


Bem o assunto é quente e me faz recorrer a uma citação da lei decreto 972/69 e 83.284/79, dita em artigo pelo professor Lucas do Instituto Gutemberg que diz o seguinte "Assessor de imprensa é jornalista". Está regulamentado a profissão e explica mais o decreto "equiparam, para fins de direitos trabalhistas e enquadramento profissional, as assessorias de imprensa às empresas jornalísticas, e conferem, ainda, todas as prerrogativas legais aos jornalistas assessores de imprensa".


Deixo aqui a discussão em aberto como a que foi dita no livro de Heródoto Barbeiro, Você na telinha, o jornalista afirma: "Pessoalmente, não considero o assessor de imprensa jornalista. Ele representa sempre os interesses do seu cliente, com ou sem vínculo empregatício". Já os jornalistas Gilberto Lorenzon e Alberto Mawakdiye, em Manual de assessoria de imprensa lembram que "o fato de ter se originado da propaganda e das relações públicas e ter desempenhado um importante (e discutível) papel dentro de órgãos de governo, deu à profissão de assessor uma conotação algo artificiosa e antipática – de ‘plantador’ de notícias ou de censor de entrevistas".


Reflexão é o que falta para muitos. Reflexão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário