domingo, 7 de junho de 2009

Educação.: Enfrentando a Exclusão Digital


A maior parte da população do mundo é excluída dos benefícios das tecnologias da informação



A
revolução informacional se alastrou a partir dos anos 70 e 80, ganhando intensidade nos anos 90 com a propagação da Internet, ou seja; da comunicação em rede por meio do computador. A partir daí entra em discussão a definição do que é Exclusão Digital.


A Exclusão Digital é o não acesso da maior parte da população do mundo hoje às tecnologias de informação, principalmente a comunicação mediada, em rede, que atualmente é feita através de um computador, de uma linha telefônica e de um provedor de acesso.


A maior parte da população do mundo é hoje excluída deste benefício das tecnologias de informação porque esses avanços tecnológicos tem servido, na maior parte ás elites mundiais. Por outro lado as principais atividades econômicas do mundo, assim como as universidades, encontram-se ligadas em rede e conseguem acompanhar o processo de produção e armazenamento de informação.


A tecnologia da informação, abandonada às forças de mercado, não gera uma menor desigualdade, mas amplia, como é o caso da Unesco, ONU, e G-8 que determinam diretrizes, mas, efetivamente com tantos outros problemas da humanidade que têm vínculos com a pobreza não há políticas globais para enfrentar estes problemas.

Torna-se muito problemático o fato de que governos, como o brasileiro, não tenham ainda percebido que é necessário transformar a questão da Exclusão Digital em políticas públicas, e exigir, nesses fóruns globais, recursos dos monopólios mundiais da informação.

Para um a parte da elite mundial, quando se alfabetiza digitalmente a população, está dando dinheiro para grandes monopólios. E ressalta o caso da Microsoft que domina hoje 95 a 97% dos sistemas operacionais do mundo. Ou seja, os computadores caseiros usam o Windows, e talvez não haja um produto de uma única empresa com tanta penetração em lares e empresas do mundo como os da Microsoft.

Não é a toa que a Microsoft vale aproximadamente 35% do PIB brasileiro. Essas empresas fazem programas “para inglês ver” enquanto temos a necessidade de grandes políticas públicas de incorporação de pessoas na área de informação para que nessa nova fase tecnológica se utilize da tecnologia para reduzir o problema da miséria.

Pobreza

É importante lembrar que não se combate a pobreza com cesta básica, mas oferecendo formas de superá-la. A pobreza se reduz superando-se as condições que a reproduzem. Isso significa colocar a população em condições de ter capacidades cognetivas, de manusear e acessar o que existe de mais moderno na economia, pois a pobreza nada mais é que, problema social e hoje a riqueza tecnológica está concentrada em países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Japão, e outros.

Segundo Pierre Lévy, a cibercultura reúne de forma caótica todas as heresias. Mistura os cidadãos com os bárbaros, os pretensos ignorantes e os sábios. Contrariamente às separações do universal clássico, suas fronteiras são imprecisas, móveis e provisórias. Mas a desqualificação dos excluídos deixa por isso de ser terrível.

É importante sabermos que hoje com recursos pequenos é possível realizar a Inclusão Digital, em São Paulo temos um bom exemplo; a prefeitura levou o Projeto Plano Inclusão Digital para a periferia, e outros lugares carentes para depois concentrar o alfabetísmo digital nos grandes centros, obtendo um grande repovoamento naquelas áreas, mudanças visíveis foram percebidas desde ambientais até no convívio. O acesso livre é necessidade vital. A pessoa começa a ser mais cidadã.


Internet


A Internet é uma nova mídia e o que a diferencia das tradicionais mídias eletrônicas é que ela é a principal enciclopédia mundial da atualidade. Nela buscamos informações, nos comunicamos, fazemos campanhas virtuais, interagimos de forma ativa, instantânea, temos um acesso de custo baixo reunindo ao mesmo tempo; áudio, vídeo, imagem e texto.

De acordo com o sociólogo e professor da Faculdade Cásper Líbero Sérgio Amadeu da Silveira, existem várias formas de colocar hoje o indivíduo em contato com a informatização. Em em São Paulo e no Rio de Janeiro foram criados na década de 90 o (CDI) Comitê de Democratização da Informática, em que a Internet começava a ser difundida. Não bastava saber mexer no computador, mas sim trabalhar em rede.


Telecentros


Em São Paulo hoje existem os telecentros, com a finalidade de disponibilizar publicamente máquinas para acesso rápido à Internet, como agências dos correios e bibliotecas. Os telecentros são importantes e seria um meio de pressionar principalmente o governo de todas as regiões a atentar para as necessidades da população. Nos telecentros as comunidades fazem suas agências de notícias, o que facilita a divulgação das informações sob a ótica delas.


Segundo o estudante do curso de Ciências da Computação da Faculdade Lions , Flávio Barreto, os telecentros de Goiânia não estão aptos a oferecer à população oportunidades de tele-trabalho, porque estes ainda estão em fase de testes em nossa região, por outro lado, à comunidade ainda desconhece esse sistema, devido a falta de divulgação, principalmente do governo estadual.

Com os telecentros hoje, não é necessário o mesmo deslocamento físico que se tinha no passado, ainda que, por outros lado, estes deslocamentos estarão acontecendo com mais intensidade, mas para atividades de lazer e integração das pessoas.


De acordo com o teórico antropólogo Gustavo Lins Ribeiro, a Internet esta construindo com o passar dos tempos e das horas uma opinião pública mundial. Assim como os jornais foram importantes para pautar o que estamos conversando além dos nossos limites domésticos, a Internet permite reduzir o mundo todo em um quarteirão. A TV também permite essa integração mundial, mas não oferece a possibilidade a interagir com o usuário. O telefone permite a interação ao usuário, mas é ponto a ponto, e não em rede mundial.


Para Pierre Lévy , estudioso da sociedade da informação e da cibercultura, as performances industriais e comerciais das companhias, das regiões, das grandes zonas geopolíticas, são intimamente correlacionadas a políticas de gestão do saber. Ou seja, isso indica que o conhecimento e a constante geração de competências são as principais fontes de riquezas das empresas, metrópoles e nações.


A exclusão digital não é ficar sem computador ou telefone celular. É continuarmos incapazes de pensar, de criar e de organizar novas formas, mais justas e dinâmicas, de produção e distribuição de riqueza simbólica e material.


A chave da cultura do futuro é o conceito de universal sem totalidade. Isso significa a presença virtual da humanidade para si mesma partindo do processo da inclusão social, que depende muito da boa vontade dos nossos representantes na política e para assim conseqüentemente ela fazer parte dessa Inclusão Digital.

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